domingo, 25 de dezembro de 2011

A língua portuguesa e o mundo

O português no mundo

O mundo lusófono (que fala português) é avaliado hoje entre 190 e 230 milhões de pessoas. O português é a oitava língua mais falada do planeta, terceira entre as línguas ocidentais, após o inglês e o castelhano.
O português é a língua oficial em oito países de quatro continentes:
Angola (10,9 milhões de habitantes)
Brasil (185 milhões)
Cabo Verde (415 mil)
Guiné Bissau (1,4 milhão)
Moçambique (18,8 milhões)
Portugal (10,5 milhões)
São Tomé e Príncipe (182 mil)
Timor Leste (800 mil).

Europa Ásia

América do Sul África
O português é uma das línguas oficiais da União Europeia (ex-CEE) desde 1986, quando da admissão de Portugal na instituição. Em razão dos acordos do Mercosul (Mercado Comum do Sul), do qual o Brasil faz parte, o português é ensinado como língua estrangeira nos demais países que dele participam.
Em 1996, foi criada a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa(CPLP), que reune os países de língua oficial portuguesa com o propósito de aumentar a cooperação e o intercâmbio cultural entre os países membros e uniformizar e difundir a língua portuguesa.
Índice

3.1. O mundo lusófono
3.2. O português na Europa
3.2.a. Portugal
3.2.b. O galego

3.3. O português na América



3.3.a. História da língua no Brasil
3.3.b. Zonas dialectais brasileiras

3.4. O português na África



3.4.a. Angola
3.4.b. Cabo Verde
3.4.c. Guiné-Bissau
3.4.d. Moçambique
3.4.e. São Tomé e Príncipe
3.4.f. Outras regiões da África

3.5. O português na Ásia



3.5.a. Timor-Leste
3.5.b. Outras regiões da Ásia
O português moderno

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

EUA criticam justiça do Congo por confirmar vitória de Kabila

Os Estados Unidos estão "profundamente decepcionados" com a decisão da Suprema Corte de Justiça do Congo, que confirmou a vitória de Joseph Kabila apesar de irregularidades, comentou nesta terça-feira a secretária de Estado, Hillary Clinton.

Hillary pediu, em um comunicado, "a todos os dirigentes políticos congoleses e a quem os apóiam para agir de forma responsável" e sem violência, depois que o líder opositor, Etienne Tshisekedi, se autoproclamou "presidente eleito".

Kabila prestou juramento nesta terça-feira, em Kinshasa, após ser reeleito para um segundo mandato de cinco anos.

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Na esteira de Lula, Dilma inicia hoje primeira visita à África



Presidenta passará por África do Sul, Moçambique e Angola; continente teve papel estratégico na política externa do ex-presidente

iG São Paulo | 17/10/2011 06:27

A presidenta Dilma Rousseff inicia na segunda-feira sua primeira visita à África desde sua chegada ao Palácio do Planalto. O roteiro da presidenta inclui passagens pela África do Sul, Moçambique e Angola, e segue os passos de seu antecessor Luiz Inácio Lula da Silva. O ex-presidente, que dedicou à África boa parte da agenda diplomática de seus oito anos de mandato, costumava repetir que seu sucessor teria que fazer mais que fazer mais pelo continente do que fez seu governo.

Leia também: Em cima de sua despedida do cargo, Lula faz tour de dez dias à África

Dilma terá seus primeiros compromissos oficiais na terça-feira em Pretória, capital administrativa da África do Sul. A presidenta será recebida pelo colega Jacob Zuma e tem presença confirmada no fórum IBSA, que reúne representantes da Índia, Brasil e do país anfitrião. Na pauta da reunião estão temas como a crise financeira global e as soluções propostas pelos três países para a próxima cúpula do G-20, que ocorrerá em Cannes, na França, em novembro.


Foto: AE
Dilma embarca com a tarefa de dar continuidade à política iniciada durante a gestão de Lula
No encontro, serão revistos também projetos de cooperação em setores como defesa, energia, ciência e tecnologia, segundo fontes diplomáticas brasileiras. Especula-se que possa ser discutida a retomada de conversas para colocar em órbita dois satélites com fins científicos.


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Estratégia

Após o encontro, Dilma segue para Moçambique e Angola. Os dois países de língua portuguesa lideram a lista de parceiros comerciais do Brasil no continente e estiveram entre as prioridades da política de Lula.

Durante seus oito anos de mandato, Lula realizou pelo menos uma dúzia de viagens à África, com direito a visitas a aproximadamente 30 países. O ex-presidente, tradicionalmente, investia em discursos sobre a cooperação sul-sul e em reflexões sobre a dívida que vê no Brasil em relação à África em decorrência da escravidão.

Moçambique foi o último país africano que Lula visitou como presidente, em novembro do ano passado. Dilma irá a Maputo na quarta-feira, onde se encontra com autoridades locais e participa da cerimônia do 25º aniversário de morte do primeiro presidente moçambicano, Samora Machel. Em Moçambique, o Brasil tem interesses nos setores de mineração, logística e energia, e desenvolve diversos projetos de cooperação nas áreas da saúde e educação.


Foto: AFP/AFP
Lula fez dezenas de viagens à África, embasadas em reflexões sobre a dívida brasileira por causa da escravidão e a necessidade de cooperação sul-sul
Na quinta-feira Dilma chega a Angola, onde almoça com o presidente, José Eduardo dos Santos, e se encontra com empresários brasileiros instalados no país. A Angola é um dos principais parceiros comerciais do Brasil na África, com um fluxo comercial que chegou a US$ 1,441 milhões em 2010. Grupos brasileiros hoje possuem operações em áreas como petróleo, mineração e principalmente construção civil.

De acordo com o Planalto, Angola e Brasil também negociam uma cooperação no combate ao tráfico de drogas. O Brasil e a África se transformaram nos últimos anos em importantes rotas da cocaína que vai para o mercado europeu.

*Com informações da EFE

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Três mulheres dividem o Nobel da Paz de 2011


Presidente da Libéria, Ellen Johnson-Sirleaf, foi premiada por atuação para mobilizar as mulheres liberianas contra a guerra civil no país.

Três mulheres dividirão o Prêmio Nobel da Paz deste ano, anunciado nesta sexta-feira em Oslo - a presidente da Libéria, Ellen Johnson-Sirleaf, a ativista Leymah Gbowee, também liberiana, e a jornalista e ativista iemenita Tawakkul Karman.

Johnson-Sirleaf e Gbowee foram escolhidas pela atuação para mobilizar as mulheres liberianas contra a guerra civil no país, enquanto Karman foi premiada por sua luta pelos direitos das mulheres e pela democracia no Iêmen.

A escolha deste ano deve ser vista como um forte sinal do comitê do Nobel em favor da luta pela igualdade de direitos entre os gêneros, especialmente no mundo em desenvolvimento.
As escolhas do Nobel da Paz dos últimos anos foram cercadas de polêmica.
No ano passado, o escolhido foi o ativista chinês Liu Xiaobo, que cumpre uma pena de 11 anos em prisão domiciliar na China por organizar um manifesto pró-democracia. O governo chinês protestou contra a escolha, afirmando que Liu é um "criminoso que violou a lei chinesa".
Em 2009, o premiado foi o presidente americano, Barack Obama, que tinha menos de dez meses no cargo.

Obama havia herdado de seu antecessor, o republicano George W. Bush, um país imerso em duas guerras, no Iraque e no Afeganistão, e não conseguiu até hoje cumprir sua promessa de campanha de desativar a prisão da base americana na baía de Guantánamo, em Cuba, onde teriam sido cometidos abusos aos direitos humanos dos presos, capturados durante a chamada "Guerra ao Terror".

Recorde de indicações
As vencedoras do prêmio – escolhido por um comitê formado por cinco membros – receberão uma medalha de ouro, um diploma e dividirão 10 milhões de coroas suecas (cerca de R$ 2,7 milhões) em uma cerimônia em Oslo no dia 10 de dezembro.
O Nobel da Paz deste ano teve um número recorde de indicações, com 241 indivíduos ou instituições.

Entre as especulações que circularam antes do anúncio do prêmio, estavam nomes relacionados aos levantes da Primavera Árabe, como os ativistas egípcios Esraa Abdel Fattah e Ahmed Maher, fundadores do movimento jovem 6 de abril, o executivo da Google Wael Ghonim, que ajudou a inspirar os protestos contra o governo na praça Tahrir, no Cairo, ou a blogueira tunisiana Lina Ben Mhenni, que relatou pela internet os acontecimentos em seu país.
Outros nomes de possíveis ganhadores citados antes do anúncio incluíam o dissidente cubano Oswaldo Payá, a TV árabe Al Jazeera e a União Europeia.
O Prêmio Nobel da Paz é um dos cinco prêmios criados pelo industrial Alfred Nobel, inventor da dinamite.

O Nobel da Paz é o único deles cujo comitê de escolha fica baseado na Noruega. Os demais prêmios são entregues na Suécia.

sábado, 17 de setembro de 2011

ONU aprova missão de apoio Líbio


NOVA YORK

O Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) aprovou ontem uma nova resolução sobre a Líbia que estabelece uma missão política da organização, além de suavizar medidas anteriores, como o embargo de armas e o bloqueio de bens.

O órgão adotou por unanimidade um texto que detalha a ajuda imediata da ONU ao Conselho Nacional de Transição às vésperas da realização de eleições e da elaboração da Constituição líbia, além de estabelecer os passos para desbloquear milhões de dólares congelados há meses.

"A missão da ONU será dar ao povo líbio toda a assistência possível para organizar eleições, redigir uma constituição e construir as instituições de um Estado livre e democrático respeitoso com os direitos humanos", afirmou após o voto o embaixador francês, Gérard Araud. Ele elogiou as medidas que "restituem às autoridades líbias os meios econômicos para poder atuar", como "o desbloqueio progressivo de bens, dentro de um mecanismo claro e ordenado que permitirá à economia líbia recuperar-se para reconstruir o país".

Assim ficou estabelecida a Missão de Apoio das Nações Unidas na Líbia (UNSMIL, na sigla em inglês) por um período inicial de três meses, com um mandato que, entre outras coisas, procura "iniciar um diálogo político sem exclusões, propiciar a reconciliação nacional e empreender o processo constituinte e eleitoral", segundo a resolução.

A resolução, de número 2.009, modifica e suaviza as sanções impostas nas resoluções 1.970 e 1.973, aprovadas no começo do ano, quando explodiu o conflito na Líbia que acabou com a expulsão do ditador Muamar Kadafi de Trípoli.

Brasil

O Brasil reconheceu o Conselho Nacional de Transição (CNT) como os governante legítimo da Líbia ao votar favoravelmente na Assembleia das Nações Unidas pela aceitação do órgão rebelde como representante do país africano no órgão internacional, conforme nota divulgada ontem pelo Ministério de Relações Exteriores.

A Assembleia Geral aprovou a concessão do assento da Líbia para o Conselho Nacional de Transição, que liderou os rebeldes que expulsaram o coronel Muamar Kadafi da capital do país africano, Trípoli. A resolução foi aprovada por 114 votos a 17, com 15 abstenções, revelando as divisões na África e na América Latina a respeito de quem deve representar a Líbia.

terça-feira, 13 de setembro de 2011


Miss Angola conquista o público e o júri e é eleita Miss Universo 2011


Priscila Machado, a Miss Brasil, ficou em terceiro lugar. O concurso foi realizado pela primeira vez no Brasil.

Renata Sakai do EGO, em São Paulo


Reuters/Agência

Leila Lopes, da Angola, é a Miss Universo 2011

Leila Lopes, a Miss Angola, conquistou público e júri e foi eleita Miss Universo 2011 no concurso realizado em São Paulo neste segunda, 12. Emocionada, ela recebeu a coroa e a faixa da mexicana Ximena Navarrete, eleita a mais bonita do mundo em 2010, e foi aplaudida e saudada pelas torcidas de todo mundo.


A angolana, preferida do público que lotava a casa de show paulistana, superou a ucraniana Olesia Stefano, que ficou em segundo lugar. A brasileira Priscila Machado ficou em terceiro lugar e agradeceu ao público pelo carinho. Completam o Top 5 a Miss Filipinas Shamcey Supsup e a chinesa Luo Zilin.


A venezuelana Vanessa Gonçalves ficou apenas entre as 16 melhores e quando seu nome não foi anunciado entre as dez melhores vaias se ouviram da plateia. A torcida venezuelana era uma das maiores no local.




Reuters/Agência

Leila Lopes recebe a coroa das mãos de Ximena Navarrete



Sabatina

Na hora da sabatina, as cinco finalistas, em geral, se saíram bem. Contudo, Leila Lopes, a Miss Angola, foi a mais aplaudida. "Estou muito satisfeita do jeito que Deus me fez. Gosto de mim assim. Me considero uma menina bonita por dentro, tenho meus princípios, meus valores, que adquiri da minha família. Fui muito bem educada e quero ser assim a vida toda", disse ao ser indagada se mudaria algo em si mesma.




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ENTREVISTA: Miss Universo, o 'diamante negro' de Angola, diz que racismo não a atinge

Já à brasileira coube responder a tradicional questão sobre guerra. Priscila teve que dizer o que faria se tivesse que lutar por algo que não acreditasse. "Primeiro de tudo, ia explicar as pessoas que a principal qualidade do ser humano é o respeito. Qualquer guerra é baseada na falta de respeito, de educação e de humanidade. Como ser humano deve respeitar o outro ser humano", disse Priscila.

A ucraniana disse que trocaria de lugar com Cleópatra, a rainha do Egito, por considerá-la uma mulher forte, uma líder. A chinesa falou sobre as praias de nudismo: "Cada país tem suas leis. Devemos respeitar e entender."

A filipina também foi bastante aplaudida ao responder se mudaria de religião por amor. "A pessoa que amo é Deus, que me criou. Se a pessoa me amar terá que amar meu Deus também."





Atrações musicais

Claudia Leitte lançou em primeira mão no Miss Universo 2011 sua primeira música em inglês, "Locomotion Batucada". A cantora se apresentou no palco do concurso - transmitido para 2 milhões de pessoas no mundo todo - enquanto as 16 misses finalistas desfilaram em trajes de banho.



"São dois milhões de pessoas me assistindo, é uma oportunidade para eu mostrar meu samba, minha batucada, minha brasilidade. É a primeira vez que canto minha música em inglês na TV", disse ela.



Bebel Gilberto foi a outra atração musical da noite. Ela cantou "Close your eyes" enquanto as dez melhores misses desfilaram em trajes de gala.



Tapete vermelho

Um tapete vermelho foi estendido no Credicard Hall, onde estrelas nacionais e internacionais como a atriz Vivica Fox e os apresentadores Natalie Morales e Andy Cohen desfilaram seus modelitos pré-show. Natalie, que é filha de uma mineira e apresentadora do canal NBC, escolheu um vestido da marca brasileira Vivaz e conversou com a imprensa em português. "Morei no Rio dos 7 aos 10 anos", explicou ela.




Ampliar Foto Iwi Onodera/EGO

Claudia Leitte

Entre os brasileiros, Claudia Leitte foi uma das que mais chamaram atenção. Usando um Reinaldo Lourenço, a cantora falou sobre o nervosismo de cantar em inglês ao vivo para o mundo todo. "São dois milhões de pessoas me assistindo, é uma oportunidade para eu mostrar meu samba, minha batucada, minha brasilidade. É a primeira vez que canto minha música em inglês na TV", contou ela, fazendo referência à música "Locomotion Batucada".

Bem-humorada, Claudinha confessou que não leva a menor jeito para Miss. "Já fui miss de quermesse, miss do meu ônibus na Disney, mas não nasci para ser miss, não. Vou dar minha pinta de miss no palco", falou dando o tradicional tchauzinho de miss.

Isabeli Fontana, jurada do concurso, também apareceu linda em um Dolce & Gabbana e disse que nunca pensou em concursos de beleza. "Nunca tive esse sonho,nem sabia que miss existia", disse ela. Apesar disso, ela sabe da responsabilidade julgar o concurso e diz que é difícil por estar acostumada com outro padrão de beleza. "Vou me basear na elegância e na personalidade, porque beleza não é muito fundamental", falou. "O corpo não é muito importante, o importante é o conteúdo", completou.

Adriane Galisteu, que apresentou o Miss Brasil, falou sobre suas preferidas ao passar pelo tapete vermelho. "A minha favorita é a brasileira, mas eu gosto muito da Miss China e da Kosovo", opinou.




Iwi Onodera/EGO
Adriane Galisteu no Miss Universo 2011 em SP - 12/09/2011






Iwi Onodera/EGO

Isabeli Fontana


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segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Miss Angola conquista o público e o júri e é eleita Miss Universo 2011


Priscila Machado, a Miss Brasil, ficou em terceiro lugar. O concurso foi realizado pela primeira vez no Brasil.

Renata Sakai do EGO, em São Paulo


Reuters/Agência

Leila Lopes, da Angola, é a Miss Universo 2011

Leila Lopes, a Miss Angola, conquistou público e júri e foi eleita Miss Universo 2011 no concurso realizado em São Paulo neste segunda, 12. Emocionada, ela recebeu a coroa e a faixa da mexicana Ximena Navarrete, eleita a mais bonita do mundo em 2010, e foi aplaudida e saudada pelas torcidas de todo mundo.


A angolana, preferida do público que lotava a casa de show paulistana, superou a ucraniana Olesia Stefano, que ficou em segundo lugar. A brasileira Priscila Machado ficou em terceiro lugar e agradeceu ao público pelo carinho. Completam o Top 5 a Miss Filipinas Shamcey Supsup e a chinesa Luo Zilin.


A venezuelana Vanessa Gonçalves ficou apenas entre as 16 melhores e quando seu nome não foi anunciado entre as dez melhores vaias se ouviram da plateia. A torcida venezuelana era uma das maiores no local.




Reuters/Agência

Leila Lopes recebe a coroa das mãos de Ximena Navarrete



Sabatina

Na hora da sabatina, as cinco finalistas, em geral, se saíram bem. Contudo, Leila Lopes, a Miss Angola, foi a mais aplaudida. "Estou muito satisfeita do jeito que Deus me fez. Gosto de mim assim. Me considero uma menina bonita por dentro, tenho meus princípios, meus valores, que adquiri da minha família. Fui muito bem educada e quero ser assim a vida toda", disse ao ser indagada se mudaria algo em si mesma.




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Já à brasileira coube responder a tradicional questão sobre guerra. Priscila teve que dizer o que faria se tivesse que lutar por algo que não acreditasse. "Primeiro de tudo, ia explicar as pessoas que a principal qualidade do ser humano é o respeito. Qualquer guerra é baseada na falta de respeito, de educação e de humanidade. Como ser humano deve respeitar o outro ser humano", disse Priscila.

A ucraniana disse que trocaria de lugar com Cleópatra, a rainha do Egito, por considerá-la uma mulher forte, uma líder. A chinesa falou sobre as praias de nudismo: "Cada país tem suas leis. Devemos respeitar e entender."

A filipina também foi bastante aplaudida ao responder se mudaria de religião por amor. "A pessoa que amo é Deus, que me criou. Se a pessoa me amar terá que amar meu Deus também."





Atrações musicais

Claudia Leitte lançou em primeira mão no Miss Universo 2011 sua primeira música em inglês, "Locomotion Batucada". A cantora se apresentou no palco do concurso - transmitido para 2 milhões de pessoas no mundo todo - enquanto as 16 misses finalistas desfilaram em trajes de banho.



"São dois milhões de pessoas me assistindo, é uma oportunidade para eu mostrar meu samba, minha batucada, minha brasilidade. É a primeira vez que canto minha música em inglês na TV", disse ela.



Bebel Gilberto foi a outra atração musical da noite. Ela cantou "Close your eyes" enquanto as dez melhores misses desfilaram em trajes de gala.



Tapete vermelho

Um tapete vermelho foi estendido no Credicard Hall, onde estrelas nacionais e internacionais como a atriz Vivica Fox e os apresentadores Natalie Morales e Andy Cohen desfilaram seus modelitos pré-show. Natalie, que é filha de uma mineira e apresentadora do canal NBC, escolheu um vestido da marca brasileira Vivaz e conversou com a imprensa em português. "Morei no Rio dos 7 aos 10 anos", explicou ela.




Ampliar Foto Iwi Onodera/EGO

Claudia Leitte

Entre os brasileiros, Claudia Leitte foi uma das que mais chamaram atenção. Usando um Reinaldo Lourenço, a cantora falou sobre o nervosismo de cantar em inglês ao vivo para o mundo todo. "São dois milhões de pessoas me assistindo, é uma oportunidade para eu mostrar meu samba, minha batucada, minha brasilidade. É a primeira vez que canto minha música em inglês na TV", contou ela, fazendo referência à música "Locomotion Batucada".

Bem-humorada, Claudinha confessou que não leva a menor jeito para Miss. "Já fui miss de quermesse, miss do meu ônibus na Disney, mas não nasci para ser miss, não. Vou dar minha pinta de miss no palco", falou dando o tradicional tchauzinho de miss.

Isabeli Fontana, jurada do concurso, também apareceu linda em um Dolce & Gabbana e disse que nunca pensou em concursos de beleza. "Nunca tive esse sonho,nem sabia que miss existia", disse ela. Apesar disso, ela sabe da responsabilidade julgar o concurso e diz que é difícil por estar acostumada com outro padrão de beleza. "Vou me basear na elegância e na personalidade, porque beleza não é muito fundamental", falou. "O corpo não é muito importante, o importante é o conteúdo", completou.

Adriane Galisteu, que apresentou o Miss Brasil, falou sobre suas preferidas ao passar pelo tapete vermelho. "A minha favorita é a brasileira, mas eu gosto muito da Miss China e da Kosovo", opinou.




Iwi Onodera/EGO
Adriane Galisteu no Miss Universo 2011 em SP - 12/09/2011






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domingo, 21 de agosto de 2011

Rebeldes líbios chegam a Trípoli sem sinal de resistência

domingo, 21 de agosto de 2011 17:39 BRT


Por Ulf Laessing

AL-MAYA, Líbia (Reuters) - Combatentes rebeldes da Líbia entraram nos subúrbios de Trípoli no domingo com pouco sinal de resistência, apesar do pedido do líder Muammar Gaddafi para que os líbios pegassem em armas e esmagassem uma revolta na capital.

Um grupo de rebeldes entrou pela parte ocidental da cidade atirando para o ar, disse uma testemunha. Segundo um repórter da Sky News, houve comemoração nas ruas.

As tropas rebeldes estavam fechando o cerco à capital desde sábado, para um ataque final ao reduto do líder líbio.

"Temo que se não agirmos, eles vão queimar Trípoli", disse Gaddafi em uma mensagem em áudio transmitida pela TV estatal. "Não teremos mais água, comida, eletricidade ou liberdade."

Milhares de combatentes rebeldes foram vistos a 20 quilômetros a oeste de Trípoli, indo em direção à capital na noite de domingo, segundo um correspondente da Reuters. Durante o avanço, os rebeldes assumiram o controle de um quartel pertencente à brigada de Khamis, uma unidade de segurança de elite, comandada por um dos filhos de Gaddafi, Khamis.

Os confrontos de sábado à noite e domingo de manhã mataram 376 pessoas em ambos os lados e feriram cerca de 1.000, de acordo com uma autoridade do governo que pediu anonimato.

O tiroteio começou na noite de sábado em Trípoli, numa revolta coordenada que as células rebeldes vinham preparando secretamente há meses. Momentos depois, clérigos muçulmanos, usando os alto-falantes das mesquitas chamaram o povo para as ruas.

Em sua segunda transmissão de áudio em 24 horas, Gaddafi chamou os rebeldes de ratos. Continuação...
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domingo, 21 de agosto de 2011 17:39 BRT

Por Ulf Laessing

AL-MAYA, Líbia (Reuters) - Combatentes rebeldes da Líbia entraram nos subúrbios de Trípoli no domingo com pouco sinal de resistência, apesar do pedido do líder Muammar Gaddafi para que os líbios pegassem em armas e esmagassem uma revolta na capital.

Um grupo de rebeldes entrou pela parte ocidental da cidade atirando para o ar, disse uma testemunha. Segundo um repórter da Sky News, houve comemoração nas ruas.

As tropas rebeldes estavam fechando o cerco à capital desde sábado, para um ataque final ao reduto do líder líbio.

"Temo que se não agirmos, eles vão queimar Trípoli", disse Gaddafi em uma mensagem em áudio transmitida pela TV estatal. "Não teremos mais água, comida, eletricidade ou liberdade."

Milhares de combatentes rebeldes foram vistos a 20 quilômetros a oeste de Trípoli, indo em direção à capital na noite de domingo, segundo um correspondente da Reuters. Durante o avanço, os rebeldes assumiram o controle de um quartel pertencente à brigada de Khamis, uma unidade de segurança de elite, comandada por um dos filhos de Gaddafi, Khamis.

Os confrontos de sábado à noite e domingo de manhã mataram 376 pessoas em ambos os lados e feriram cerca de 1.000, de acordo com uma autoridade do governo que pediu anonimato.

O tiroteio começou na noite de sábado em Trípoli, numa revolta coordenada que as células rebeldes vinham preparando secretamente há meses. Momentos depois, clérigos muçulmanos, usando os alto-falantes das mesquitas chamaram o povo para as ruas.

Em sua segunda transmissão de áudio em 24 horas, Gaddafi chamou os rebeldes de ratos. Continuação...
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quarta-feira, 20 de julho de 2011

ONU alerta: Somália sofre uma 'catástrofe alimentar'

ONU declarou estado de fome em duas regiões no sul da Somália. Em Bakool e Baixo Shabelle, 30% das crianças sofrem de desnutrição aguda e dois adultos a cada 10 mil morrem de fome por dia.

Esta crise é a mais grave situação de insegurança alimentar que há no mundo, devido à seca. A desnutrição chega a 50% em algumas zonas do sul, e metade da população, 3,7 milhões de pessoas, se encontra em crise humanitária.

O sul está praticamente todo sob controle de uma milícia vinculada à Al Qaeda, o que torna difícil a ajuda humanitária. A ONU pede apoio financeiro para a região.

Dois adultos morrem de fome por dia e crianças estão desnutridas
ap

segunda-feira, 18 de julho de 2011

quinta-feira, 16 de junho de 2011

África (Wikipédia)

África

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
África


Mapa da África
Vizinhos Ásia, Europa, América e Antártica
Divisões administrativas
 - Número de países 53
 - Número de territórios 6
Área
 - Total 30 221 532 km²
 - Maior país Sudão (2 505 813 Km²)
 - Menor país Seychelles (455 Km²)
Extremos de elevação
 - Ponto mais alto Kilimanjaro (5 895 m)
 - Ponto mais baixo Lago Assal, Djibouti (155 m abaixo do nível do mar)
Maior lago Lago Vitória
Pontos extremos
 - Ponto mais setentrional Ras ben Sakka, Tunísia
 - Ponto mais meridional Cabo das Agulhas, África do Sul
 - Ponto mais oriental Ras Hafun, Somália
 - Ponto mais ocidental Santo Antão, Cabo Verde
Maior ilha Madagáscar
Maior vulcão Kilimanjaro, Tanzânia
População
 - Total 1 000 010 000[1] (2005, ) habitantes
 - Densidade 30,51 hab./km²
 - País mais populoso Nigéria
 - País menos populoso Seychelles
 - País mais povoado Maurícia
 - País menos povoado Flag of Saara Ocidental Saara Ocidental
Línguas mais faladas Línguas africanas, árabe, inglês, francês, português
Economia
 - País mais rico África do Sul
 - País mais pobre Serra Leoa
A África é o terceiro continente mais extenso (atrás da Ásia e da América) com cerca de 30 milhões de quilômetros quadrados, cobrindo 20,3 % da área total da terra firme do planeta. É o segundo continente mais populoso da Terra (atrás da Ásia) com cerca de 900 milhões de pessoas, representando cerca de um sétimo da população do mundo, e 53 países independentes; apesar de existirem colônias pertencentes a países de outros continentes, tais como as Ilhas Canárias e os enclaves de Ceuta e Melilla, que pertencem à Espanha, o território ultramarino das ilhas de Santa Helena, Ascensão e Tristão da Cunha, que pertence ao Reino Unido, e as ilhas de Reunião e Mayotte, que pertencem à França.
Apresenta grande diversidade étnica, cultural e política. Nesse continente são visíveis as condições de pobreza, sendo o continente africano o mais pobre de todos; dos trinta países mais pobres do mundo (com mais problemas de subnutrição, analfabetismo, baixa expectativa de vida, etc.), pelo menos 21 são africanos.[2] Apesar disso existem alguns poucos países com um padrão de vida razoável, ainda assim não existe nenhum país realmente desenvolvido na África.[3] O subdesenvolvimento, os conflitos entre povos e as enormes desigualdades sociais internas, são o resultado das grandes modificações introduzidas pelos colonizadores europeus. Atualmente os países africanos mais desenvolvidos são Líbia, Maurícia e Seicheles, com qualidades de vida superiores a de muitos países da Europa. Ainda há outros países africanos com qualidades de vida e indíces de desenvolvimento razoáveis, podendo destacar a maior economia africana, a África do Sul e outros países como Marrocos, Argélia, Tunísia, Cabo Verde e São Tomé e Príncipe.[4]
A África costuma ser regionalizada de duas formas, a primeira forma, que valoriza a localização dos países e os dividem em cinco grupos, que são a África setentrional ou do Norte, a África Ocidental, a África central, a África Oriental e a África meridional. A segunda regionalização desse continente, que vem sendo muito utilizada, usa critérios étnicos e culturais (religião e etnias predominantes em cada região), é dividida em dois grandes grupos, a África Branca ou setentrional formado pelos oito países da África do norte, mais a Mauritânia e o Saara Ocidental, e a África Negra ou subsaariana formada pelos outros 44 países do continente.
Cinco dos países de África foram colónias portuguesas e usam o português como língua oficial: Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique e São Tomé e Príncipe; em Cabo Verde, Guiné-Bissau e São Tomé e Príncipe são ainda falados crioulos de base portuguesa.

Índice

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[editar] Etimologia



África
Afri era o nome de vários povos que se fixaram perto de Cartago no Norte de África. O seu nome é geralmente relacionado com os fenícios como afar, que significa "poeira", embora uma teoria de 1981,[5] tenha afirmado que o nome também deriva de uma palavra de berbere, ifri, palavra que significa "caverna", em referência à gruta onde residiam.
No tempo dos romanos, Cartago passou a ser a capital da Província de África, que incluiu também a parte costeira da moderna Líbia. Os romanos utilizaram o sufixo "-ca" denotando "país ou território".[6] Mais tarde, o reino muçulmano de Ifriqiya, actualmente Tunísia, também preservou o nome.
Outras etimologias têm sido apontadas como originárias para a antiga denominação "África":
  • No século I, o historiador judeu Flavius Josephus (Ant. 1.15) afirmou ter sido nomeado para Epher, neto de Abraão, segundo o Génesis (25:4), cujos descendentes, segundo ele, tinha invadido a Líbia.
  • aprica, palavra latina que significa "ensolarados", mencionada por Isidoro de Sevilha (século VI), em Etymologiae XIV.5.2
  • aphrike, palavra grega que significa "sem frio". Esta foi proposta pelo historiador Leo Áfricanus (1488-1554), que sugeriu a palavra grega phrike (φρίκη, significando "frio e horror"), combinado com o prefixo privativo "-um", indicando assim um terreno livre de frio e de horror.
  • Massey, em 1881, afirmou que o nome deriva do egípcio af-rui-ka, que significa "para virar em direção a abertura do Ka." O Ka é o dobro energético de cada pessoa e de "abertura do Ka" remete para o útero ou berço. África seria, para os egípcios, "o berço."[7]

[editar] História

A história da África é conhecida no Ocidente por escritos que datam da Antiguidade Clássica. No entanto, vários povos deixaram testemunhos ainda mais antigos das suas civilizações. Para além disso, os mais antigos fósseis de hominídeos, com cerca de cinco milhões de anos, foram encontrados na África, permitindo considerá-la o “berço da humanidade”.
O Egito foi provavelmente o primeiro estado a constituir-se na África, há cerca de 5000 anos, mas muitos outros reinos ou cidades-estados se foram sucedendo neste continente, ao longo dos séculos. Podem referir-se os estados de Kush e Meroé, ainda no nordeste de África, o primeiro estado do Zimbabwe e o reino do Congo que, aparentemente floresceram entre os séculos X e XV.
A estrutura moderna da África, em termos de divisão entre estados e línguas de trabalho, no entanto, resultou da partilha da África pelas potências coloniais europeias na Conferência de Berlim. Com excepção da Etiópia, que só foi dominada pela Itália durante um curto período, e da Libéria, que foi um estado criado pelos Estados Unidos da América durante o processo de abolição da escravatura, no século XIX, todos os restantes países de África apenas conheceram a sua independência na segunda metade do século XX.

[editar] Paleontologia


Crânio de Proconsul heseloni.
Os estudos arqueológicos africanos comportam duas subdivisões: a arqueologia do Egito e da África do norte, que tem sido estudada em relação com as do Mediterrâneo, Europa e Ásia ocidental; e a arqueologia da África subsaariania, que tem desenvolvimento próprio.[8]
A África é parte da massa terrestre do Velho Mundo que contém alguns dos mais antigos fósseis proto-humanos conhecidos.[8] Para Charles Darwin, foi o continente que primeiro testemunhou o aparecimento do homem, afirmação mais tarde reforçada por notáveis historiadores, entre os quais Pierre Teilhard de Chardin.[9] Além disso, é à fauna africana que pertencem os dois primatas mais próximos do homem: o gorila e o chimpanzé.[10] A opinião conservadora tende, porém, a considerar a Ásia como o centro das origens humanas,[8] em parte por influência de antigas idéias históricas e filosóficas e em parte devido às descobertas de macacos do Mioceno e Plioceno,[8] bem como do Pithecanthropus erectus, em Java (1891),[11] e do Sinanthropus pekinensis, na China (1929).[12] Esta controvérsia foi reavivada por dois eventos arqueológicos: a descoberta na África meridional e oriental de um grupo de macacos semelhantes ao Homo erectus, pertencente à familia dos Australopithecinae;[8] e o achado, no Quênia, de um macaco do antigo Mioceno, Proconsul africanus,[13] e, em 1961, de outro macaco do Mioceno recente, o Kenyapithecus, que pode ser o ancestral direto do homem.[14]
Em 1924, a primeira de uma série de descobertas feitas na Bechuanalândia (atual Botswana) e no Transvaal (África do Sul) revelou a existência do Australopithecinae, criatura intermediária entre o macaco e o homem[8] Descobertas similares foram realizadas na Tanzânia a partir de 1959.[8] Também achados de fósseis humanos foram escavados em Palikao, Argélia, e Sidi Abderramã, Marrocos; todos esses fósseis pertencem ao Atlanthropus mauritanicus,[15] que aparentemente representa a forma africana do Homo erectus asiático e pode ser o próximo estágio na evolução do hominídeo, após os Australopithecinae.[8] Em 1960, um crânio deste tipo foi encontrado em Oldoway, na Tanzânia.[8]
Outras formas primitivas do homem que habitaram a África durante o Pleistoceno podem ser agrupadas em duas principais categorias.[8] A primeira é um grupo gerontomorfo de hominideos, pertencente ao tipo bastante difundido dos Rodesióides.[8] E o segundo é o tipo de Homo sapiens pedomorfo, que aparentemente precede os atuais boxímanes do Kalahari.[8] Os Rodesióides são conhecidos através de três espécies: (1) Homem da Rodésia (Homo rhodesiensis), cujo crânio foi encontrado em 1921, nas minas de Broken Hill, na Rodésia do Norte (atual Zâmbia);[16] (2) Africanthropus ou Homo njarensis; pouco estudado em detalhes devido à exigüidade dos fragmentos obtidos, descoberto em 1934, na bacia do lago Eyasi, Tanganica (atual Tanzânia); (3) Homem de Saldanha, na província do Cabo, República da África do Sul.[8]

Crânio encontrado em 1921.
Quanto às formas primitivas de Homo sapiens identificadas no continente africano, salientam-se as seguintes: (1) Homem de Kanam, muito anterior aos Rodesióides, segundo L. S. Leakey, que descobriu um fragmento de mandíbula nas praias do golfo de Kavirondo, no lago Vitória;[8] (2) Homem de Kanjera, cujos fragmentos de crânio foram encontrados em Kanjera, não muito distante de Kanam, e datam provavelmente do médio Pleistoceno;[8] (3) Crânio de Florisbad, pertencente a um espécime notável, descoberto em 1932 por T. F. Dreyer, em Florisbad, a 40 km de Bloemfontein, na África do Sul;[17] originariamente denominado Homo helmei, data de cerca de 37 000 anos;[8] (4) Crânio de Boskop, descoberto em 1913, próximo a Boskop, República da África do Sul, cuja capacidade provável era de 1700 cm3, bastante mais elevada que a capacidade craniana do homem moderno[8] (5) Crânio de Singa, encontrado no Nilo Azul, que apresenta semelhança com o crânio de Boskop, mas pertenceu possivelmente a um indivíduo do tipo Rodesióide anormal.[18]

[editar] Pré-história

No Paleolítico inferior, que teve início há cerca de três milhões de anos, sucederam-se várias glaciações que na África originaram períodos pluviais conhecidos por Kangueriano, Kamasiano e Kanjeriano. Durante esse período, sucederam-se igualmente várias culturas e indústrias pré-históricas, pré-líticas e líticas, até à Idade do Ferro.[18]

"Lucy"ou Lilia no Museu Nacional de Antropologia da Cidade do México.
A mais antiga teria sido a Olduvaiense (associada ao Zinianthropus, australopitecíneo descoberto em 1959 por Leakey, no Quênia)[19], passando pelo Cheleano e Acheuliano (associadas aos pitecantropíneos de Ternifine e Sidi Abderramã encontrados respectivamente por Arambourg e Biberson em 1955), para desabrochar na melhoria das técnicas de trabalho em pedra, ditas "levalloisianas", que são características do Paleolítico médio, culminando na cultura ateriana da Tunísia.[18]
Neste período, quando começa a especialização dos artefatos, a África contribui com duas culturas distintas, a Sangoana e a de Fauresmith, aquela florestal, esta em regiões mais altas, de savana. No último pluvial, o Gambliano, correspondente à glaciação de Würm, o Homo sapiens em formas fósseis substitui os hominídeos anteriores. Essas formas africanas são ou "proto-australóides" (homens de Florisbad, da Rodésia, de Saldanha), ou "protobocimanóide" (crânios de Boskop, Matjes River e outros) da qual provêm os boxímanes. A esses troncos étnicos junta-se terceira cepa, vinda provavelmente do sudoeste africano, que origina a cultura Capsiana no Quênia, a qual descobre o arco e flecha e é ancestral dos grupos que falam línguas hamíticas, como os berberes e os tuaregues do norte da África, os galas e os somalis da África oriental, e os egípcios e etíopes, razão pela qual é também denominada, impropriamente, de "proto-hamítica".[18]
Depois do Gambliano começa o dessecamento progressivo do Saara, prejudicando os contactos até então existentes entre a África do norte e o resto do continente. Surgem indústrias transicionais, microlíticas (Magosiano, Lupembo-tshitoliano), sucedidas na África meridional pelas culturas meso e neolíticas de Smithfield e Wilton, o Nachikufano da Rodésia e o Tshitoliano florestal do Congo. Entrementes, na África do norte surge o Oraniano, com influência celta, que eventualmente coloniza o baixo Egito no X milênio a.C., e se alastra vigorosamente ao Capsiano superior. Entre o IX e o V milênios a.C. constatam-se movimentos de povos e influências levantinas na África do norte, a última das quais foi a vinda dos natufianos da Palestina até o delta oriental do Nilo, preparando assim o Neolítico e a protohistória egípcia. No V milênio, o Neolítico se instala no Fayum (baixo Egito) e em Deir Tasa (alto Egito); cerca de 4000 a.C. começa o período calcolítico (utilização do cobre) em Badari, no alto Egito, e um pouco mais tarde em Melinde, no baixo Egito.[18]
No alto Egito, os amratianos sucedem aos badarianos, sendo substituídos pelos gerzeanos cerca de 3600 a.C.; esta cultura recebe indiscutível influência mesopotâmica, aparecendo os primeiros hieróglifos no Gerzeano Tardio, cerca de 3400 a.C. O rei do alto Egito prepara a unificação do país, que é realizada por seu sucessor, o lendário Menes, Meni ou Min (que é a forma preferida por Heródoto), identificado com um dos reis chamados Escorpião, Nar-mer e Aha, que teria fundado a I dinastia egípcia, cerca de 3200 a.C.[18]
Fora do Egito, que teve sua Idade do Bronze, os outros povos africanos passaram diretamente à Idade do Ferro;[18][20] e, salvo os da faixa mediterrânea, permaneceram na proto-história, conhecidos somente através de alguns relatos de viajantes árabes medievais, até o século XV e, mesmo, até meados do século XIX. Os bantos ocuparam toda a África subsaariana, tangendo para zonas de refúgio nas florestas do Congo os negritos e para o deserto de Kalahari os boxímanes. No processo, dividiram-se em dois grandes troncos lingüisticos, os bantos e sudaneses, ambos com muitas tribos, fundando reinos e impérios medievais, como o de Monomotapa, no Zimbabwe, e os de Gana, Mali, Songhai, Benin e outros. Suas migrações só cessam bem adiantado o século XIX.[20]

[editar] Primeiros tempos

No século II a.C., Africa Terra era, para os escritores latinos, a Tunísia setentrional, dominada por Cartago, região dos indigenas Afri. Aos poucos o termo estendeu-se ao norte da parte habitada por brancos, até que identificou todo o continente. Os aspectos físicos da África são quase sempre apresentados como obstáculos à penetração estrangeira, em todas as épocas, no continente. Os desertos, a floresta equatorial e as montanhas isolaram tribos que sofreram infuências orientais e ocidentais muito diferentes.[21]
O século XIX marcou o devassamento da África pela civilização da Europa industrializada, acarretando profundas modificações nas populações locais. A África sempre sofreu o impacto das transformações mundiais.[21]

[editar] Antiguidade


As quatro colossais estátuas de Ramsés II na entrada do templo de Abu Simbel, símbolos da civilização do Antigo Egito.
O Egito foi, na Antiguidade, o estandarte da civilização africana.[22] A população, que se estabeleceu ao longo do vale fértil do Nilo, sofreu desde logo a imposição de uma disciplina coletiva, pois o solo arável era restrito.[23] Nos tempos históricos a autocracia faraônica conduziu um país fortememe hierarquizado.[23] A religião fluiu da magia a uma doutrina baseada na justiça.[24] Até a invasão dos hicsos, o Egito permanecera praticamente fechado à infuência estrangeira.[23] Nos meados do segundo milênio a.C., a ameaça asiática levou o Egito ao expansionismo, principalmente após a XVIII dinastia, quando sua história ligou-se profundameme ao Oriente antigo.[25] No fluxo de riquezas desse período surgiu a decomposição sócio-política do Egito.[26] Caminhou, assim, para a anarquia, caindo, por fim, no domínio macedônico.[27] A dinastia lágida não pôde resistir ao impacto da conquista romana.[28]

Mapa do Antigo Egito e nomos.
Cartago, antiga colônia de Tiro, fundada na primeira metade do século IX a.C. foi o grande centro de civilização da África do norte.[29] Controlou o Mediterrâneo ocidental e estabeleceu forte contacto com os berberes, levando a esses povos o bronze, o ferro e artigos diversos.[23] No centro da atual Tunísia, as terras conquistadas aos berberes foram divididas em domínios agrícolas pela aristocracia cartaginesa.[23]
Os romanos, depois do século II a.C., continuaram aí a exploração racional do solo.[23] Os mercenários do exército e da frota de Cartago eram recrutados entre os nativos norte-africanos.[23] O governo cartaginês foi aristocrático, dominado pelos homens de negócios, submetendo as classes menos privilegiadas pelo terror e corrupção.[23] Ultrapassando o estreito de Gibraltar, os navios cartagineses fizeram comércio com tribos do litoral atlântico da África e Europa.[30] Por terra, através do Saara, o comércio com o Sudão foi intenso.[nota 1] As lutas contra o crescente poderio romano levaram Cartago à completa destruição.[31]
Durante as guerras Púnicas alguns príncipes berberes apoiaram Roma.[23] Um deles, Massinissa, chefe dos númidas de leste, afirmava que a África deveria pertencer aos africanos.[nota 2] Roma, aos poucos, conquistou a Berberia: guerra contra Jugurta (112-105 a.c.);[32] domínio da Numídia (25 a.c.),[nota 3] e da Mauritânia (40 d.C.).[nota 4] A política romana foi no sentido da exploração do norte da África e do Egito.[23] Paralelamente, lutava contra os reinos indígenas dos montes Atlas.[23] Mas várias regiões do planalto argelino e tunisino furtaram-se ao domínio romano.[23] No Egito, Roma manteve a estrutura político-social herdada dos lágidas e do helenismo, mas hierarquizou romanos, gregos e egípcios, deixando os agricultores nativos nas piores condições de trabalho.[23] No século III d.C. o norte da África acompanhou a decadência do império, travando-se lutas que levaram â desagregação provincial.[33]

[editar] Idade Média

As invasões bárbaras no império romano tiveram seu capítulo particular nessa região. Os vândalos de Genserico tomaram o Marrocos em 429 d.C., sendo acolhidos como libertadores.Além de tirarem as terras dos latifundiários, entregaram-se â pirataria no Mediterrâneo ocidental.> A reação berbere aos invasores, fato característico em toda a história da África do norte, processou-se violentamente, e no século VI os vândalos foram expulsos da Tunísia para oeste. Neste mesmo século, as tropas bizantinas de Justiniano liquidaram os vândalos, reconquistando a região, mas deixando livres certos reinos nativos. No Egito, o domínio do Império Romano do Oriente levou a uma espécie de feudalismo vale do Nilo, sendo a terra dominada pelos latifundiários. A perseguicão aos heréticos monofisitas e aos judeus, a tirania dos impostos imperiais. A decadência das atividades econômicas de Alexandria, em proveito de Constantinopla, criaram o clima propício para a invasão árabe.[34]

A expansão do Islão.
A dominação árabe iniciou-se por duas vias diferentes, uma na África do norte e outra na África oriental. Na África do norte a conquista muçulmana começou em 640, no Egito. Apoiando-se nos adversários da dominação bizantina, o chefe árabe Amr ibn al-As pôde ocupar o delta. A partir daí toda a antiga província da África caiu nas mãos dos muçulmanos. Na Ifríquia (Tunísia e Argélia oriental) fundaram Kairuan, em 670, baluane na luta contra os maiores inimigos dos árabes - os berberes do Maghreb, palavra que significa "ilha do ocidente". Apesar dessa resistência, a islamização foi grande e os neoconversos foram usados no ataque e conquista da Espanha (711). Mas os berberes aderiram a um cisma muçulmano, o carijismo, iniciando-se uma série de perseguições e massacres por pane dos árabes. Enquanto durou o dominio árabe sobre o Maghreb (647-1060), jamais houve paz. Continuava marcante o caráter de independência berbere, acentuado pela mentalidade muçulmana de "guerra santa". A administração árabe no norte da África usou como base Fostat, no Egito, e Kairuan, verdadeiros postos de vigilância. Os infiéis conservavam seus bens mas pagavam impostos. Cada província era governada por um cádi, obediente ao califa. Os nativos islamizados formaram uma nova classe, falando árabe, exercendo enorme influência na política local. Em alguns séculos de dominação surgiu uma civilização árabe-africana, de grande importância até hoje. Enquanto durou o califado omíada (660-750), O norte da África esteve unificado. Já na era dos abássidas, sediados em Bagdad, surgiram reinos berberes autônomos como o dos idríssidas (728-922) no Marrocos, fundadores de Fez; o dos rostêmidas (776-908) na Argélia; e o dos tulúnidas (868-895) no Egito. Embora esses reinos não pudessem resistir aos ataques da dinastia fatímida, começava a desagregar a unidade política da dominação árabe no norte africano e as lutas entre pastores nômades e agricultores dominaram a história do Maghreb até o fim do século X. Os árabes cujas dinastias lutavam entre si, tentaram retomar a região. O califa do Cairo lançou contra a Ifríquia as tribos dos hiiálidas, nômades que se caracterizaram pela pilhagem e devastacão. Aos poucos come arama surgir as diferencas regionais que levaram às divisões da África do norte atual. O Marrocos foi o primeiro a se subtrair à infuência da autoridade árabe. Os almorávidas, ligados âs tribos negras islamizadas do Senegal, fundaram Marrakech e conquistaram a Berberia até Argel, em guerra santa que pregava a volta â ortodoxia islâmica e â conversão dos pagãos (século XI). Em seguida, sob a chefia de Ibn Tachfin, atacaram, procurando renovar a unidade árabe em face dos reinos cristãos (séculos XI e XII). Desta forma, o espírito de conquista que desaparecera nos árabes renascia nos berberes por longo tempo. Quando decaiu o impulso almorávida, surgiram os almôadas, dentro do mesmo espírito de ortodoxia e guerra santa. Em 1147 conquistam o Marrocos, depois a Espanha e, por fim, expulsaram os normandos que se haviam instalado na África do norte. A Berberia e a Espanha do século XI estavam sob o domínio dos califas almôadas. Mas nos três séculos seguintes o Maghreb dividiu-se em reinos rivais.[34]

Porta tradicional do litoral suaíli, estilo Zanzibari, em Zanzibar.
Na África oriental, os árabes muçulmanos exerceram também sua dominação, mas em caráter periférico. Nos séculos VII e XI estabeleceram uma série de postos na costa africana do Índico: Mogadíscio, Melinde,< Mombaça, Pemba, Zanzibar, Moçambique, Quiloa, Sofala e Madagascar. O interesse era puramente comercial e não de conquista e conversão religiosa. Nas cidades, os árabes representaram a aristocracia financeira,miscigenando-se com a população local. Cada cidade viveu independentemente, com ligeira preponderância de umas sobre outras, não formando impérios. Essa influência árabe terminou no começo da Idade Moderna, ao surgir o dominio português. O comércio árabe na África oriental com bantos e boxímanes fez-se com tecidos, metais, marfim, ouro do Zimbabwe e, sobretudo, escravos, que eram vendidos na Ásia, até a China. Fomentando guerras locais pala a obtenção de escravos, concorreram os árabes para o despovoamento. Faziam entrepostos no interior do continente, comunicando-se por caravanas.[34] Seus contatos com as tribos eram comerciais,[34] e nunca procuraram dominá-las. Possivelmente introduziram na África tropical o arroz e a cana-de-açúcar.[35]

Mapa das civilizações africanas antes da colonização europeia.
O Sudão ocidental teve história originalíssima. Aí nasceram impérios negros, muitos deles islamizados, pelo menos superficialmente. Na região do Senegal-Níger esses impérios tornaram-se fornecedores de ouro para o mundo mediterrâneo e a Europa até a chegada do ouro americano. As minas de ouro de Bambuc, entre o Senegal e o Falemê, tornaram-se famosas na Idade Média. Os imperadores negros e suas cortes enriqueceram no comércio com o Maghreb, de onde vinham as caravanas, através do Saara. Além do ouro, pesaram decididamente no comércio os escravos, marfim, sal e tecidos. Gana foi o primeiro desses impérios, nascido por volta do século IV a.C., nas margens ocidentais do Níger. No século XI alcançava seus limites máximos, indo do Atlântico ao Níger e do Tecrur ao Saara. Estado negro do grupo Saracolê era governado por um soberano despótico, bastante influenciado pelos muçulmanos, que se estabeleceram em Gana no fim daquele século. Os almorávidas iniciaram a difusão da fé muçulmana no Sudão, entre as tribos submetidas por Gana. Em poucos anos, elas se revoltaram e o império acabou, formando-se reinos cuja base dominante era muçulmana. Muitos povos, como os bambaras e os mossis da foz do Níger, não aceitaram o Islam, mas no século XI o dominio muçulmano estendia-se do Atlântico ao Darfur. No século XIV, Tombuctu tornou-se o centro de irradiação do Islam para o Sudão. Aí reinou sobre os mandingas do Mali o célebre mansa (rei) ou Kango Mussa (1307-1332), num império que se limitava entre os vales do Falemê e do Bani e do sul argelino até a floresta equatorial.Enquanto a corte era muçulmana, o povo continuava em suas práticas tradicionais. Desenvolveu-se o comércio com o Maghreb. Mussa financiou a arquitetura de inspiração andaluz-magrebiana. Sua viagem a Meca e ao Cairo intensificou as ligações do Sudão com o Oriente. No século XV os berberes e os mossis do Alto Volta dominaram o império. Neste mesmo século surgiu o império songai, com a capital em Gao, dominando grande parte do Sudão ocidental e trechos do Saara. Bem organizado, Gao estabeleceu o tráfico regular do Níger,unificou pesos e medidas, e os judeus participaram ativamente no comércio. O Songai comerciou intensamente ouro e escravos com o Maghreb. Gao tornou-se também um centro de difusão muçulmana no Sudão e doutores negros da religião pregaram na África do norte. No século XVI, renegados espanhóis, a serviço do sultão do Marrocos, dominaram a região.[35]

Cabeça de marfim, Império de Benim, século XVI (Metropolitan Museum of Art).
Na Nigéria, entre 1575 e 1648, o reino do Benin teve bastante desenvolvimento cultural e comercial e sua arte marcou um estilo africano nessa área. Entre os séculos XV e XIX o Islam continuou seu dominio sobre o Sudão ocidental e oriental. A Abissínia era uma ilha de cristianismo no continente fetichista e muçulmano. O cristianismo copta do altiplano etiópico teve caráter original. O clero era numeroso. Na Idade Média, judeus e cristãos entraram em luta pela posse do trono, tendo aqueles alcançado o governo por um curto período.[35]
Outros reinos que escaparam à influência do Islam têm história menos conhecida. O reino do Congo, que fora fundado no século XIII, acolheu bem o proselitismo cristão trazido pelos portugueses, que transformaram Mbali numa cidade de pedra, com muitas igrejas, dando-lhe o nome de São Salvador. No século XVIII foi abandonada pelo porto de São Paulo de Luanda. Outra região com que os portugueses comerciaram do século XVI ao século XVIII foi Monomotapa, constituida pela confederação das tribos Chona.[35]
Até o século XV o africano conhecera mais fortemente a influência islãmica. Muitas tribos nem chegaram ao contacto com o árabe. A partir daí, a penetração europeia na Africa fez-se lentamente, até que, no século XIX, o expansionismo europeu, decorrente da Revolução Industrial, suprimiu o isolamento africano, ultrapassando tecnicamente as barreiras geográficas, modificando a estrutura sócio-econômica dos aborígines, postos a serviço dos interesses de grupos e potências estrangeiras.[35]

[editar] Idade Moderna

Os ibéricos, principalmente os portugueses, iniciaram a conquista da África que, dos séculos XV a XVIII, foi periférica. Em 1415 os lusos tomavam Ceuta. Logo uma série de pontos no litoral norte-africano caíram em mãos europeias. Nessa ocupação restrita, a expansão da fé cristã representou importante papel. Contra essa intervenção, santos locais ou marabus insuflaram a guerra santa. Independência e luta contra o infiel caracterizaram os movimentos berberes. A reação nativa estava presa também à decadência do tráfico caravaneiro no Saara em demanda do Maghreb, pois os portugueses e depois holandeses, ingleses e franceses desviaram para o litoral atlântico o comércio de ouro e escravos. No começo do século XVI, os turcos otomanos, que destruíram o império bizantino e irromperam na Berberia,[36][37] ocupam postos estratégicos no litoral,[37] dedicando-se ao corso do comércio cristão no Mediterrâneo. Internamente os conflitos turco-árabe-berberes delinearam as atuais Tunísia, Argélia e Marrocos. Os turcos deram ao norte da África uma organização baseada nos chefes locais, prestando tributo a Constantinopla. Aos poucos, o dominio do sultão tornou-se nominal, deixando aos governadores militares a iniciativa na administração e conquista.[37]

Uma carta náutica de Fernão Vaz Dourado, da África ocidental extraída do atlas náutico de 1571, pertencente ao Arquivo Nacional da Torre do Tombo, em Lisboa.
Para os portugueses, além da obtenção do ouro de que necessitava a burguesia europeia, a África representava um objetivo mais longinquo: a instalação de entrepostos que balizassem o caminho oceânico para as Índias. Assim reconheceu-se Serra Leoa, redescobriram-se Madeira e Açores. Em 1482, Diogo Cão chegava à foz do Congo; em 1488, Bartolomeu Dias dobrava o cabo das Tormentas (Boa Esperança) e em 1497, Vasco da Gama, após contornar o mesmo cabo, tocava em Natal, Sofala e Melinde, chegando afinal a Calecut. Abria-se nova era no comércio internacional e o litoral da África representava o papel de fornecedor e escala. O trânsito direto das especiarias para Lisboa provocou enorme golpe na economia egípcia, declinando o comércio de Alexandria. Os portugueses, pela destruição do comércio árabe e da frota egipcia, dominaram o oceano Índico até o começo do século XVII.[37]

Esquema mostrando como eram transportados escravos em um navio negreiro.
Tornaram-se defensores da Abissínia, realizando o sonho secular da aliança com as terras do Preste João. A catequese levou jesuitas e dominicanos ao contacto com os bantos, que a eles reagiram violentamente. Portugal procurou dominar os portos de escoamento de ouro, marfim e pimenta. Fracassou a tentativa da posse do ouro de Bambuc. Abaixo do equador, os lusos instalaram-se em pontos que foram a origem de Angola e Moçambique, visando ao ouro da Rodésia e às lendárias minas de prata do sul do Congo. Até à época do domínio espanhol (1580) os portugueses exerceram o monopólio do tráfico negreiro, abastecendo as plantações do Brasil. Daí em diante franceses, holandeses e ingleses entraram no tráfico.[37]
As companhias de comércio da era mercantilista dividiram entre si as zonas de exploração do nefando comércio. No século XVII, os holandeses, mais bem equipados, dominaram o tráfico. Na centúria seguinte, ingleses e franceses lutaram pelo privilégio do "asiento". No litoral atlântico, o tráfico estendia-se numa faixa de 3.500 km de costa entre a Mauritânia e o Congo. Na segunda metade do século XVIII, o tráfico estendeu-se a Angola. O escambo fazia-se com a troca de negros por mudas de cana-de-açúcar, tabaco, aguardente e produtos da Ásia.> Nessa época, pelo menos 100 mil escravos eram exportados por ano. Com o advento da Revolução Industrial, os interesses europeus somaram-se à ação de seitas religiosas e dos filantropos, e a escravidão foi combatida. Mas continuou, sob mil disfarces. O comércio escravo atingiu o interior, despovoando grandes áreas em virtude das razias que as tribos litorâneas, mancomunadas com os negreiros, realizavam.[37]

Império Ashanti (esboço vermelho) durante o século XIX.
Enquanto isto, no Sudão ocidental, formaram-se, no século XVII, alguns reinos, como de Andres, no baixo Daomé, e dos Ashanti, na Costa do Ouro (hoje Gana). Estes lutaram contra os ingleses no século XIX. Os tuculores islamizados fundaram, no século XVIII, um reino teocrático no Futa-Djalon e depois no Futa-Toro. No século seguinte, o conquistador El Hadj Ornar unificou os tuculores num império que ia do Senegal a Tombuctu, fazendo frente à dominação francesa.[37]
No Sudão central, o reino de Bornu a oeste e a sul do lago Tchad viveu submetido ao despotismo de chefes indígenas, desde o século XVI, e no século XIX ainda era forte, comerciando com a África do norte. Dos séculos XVII a XIX, o Uadai, no sudeste do Tchad, foi unificado por um grande império, que entrou em decadência nas lutas contra Bornu. No Sudão oriental, o Darfur, dirigido desde 1596 por uma dinastia árabe, alcançou esplendor nos séculos seguintes. A islamização da África ainda continua, apesar de todos os embates com o mundo ocidental.[37]
No século XIX, a metade da população sudanesa era islamizada. Os wolofs ou volofs, os tuculores, os saracoleses, os songais, além de outros grupos, usavam o árabe e escreviam em árabe, não abandonando os dialetos locais.[37]

Povo Bambara no vale superior do rio Sénégal, 1890. (ilustração do Coronel Frey, da costa ocidental da África, 1890, Fig.49 p.87).
Muitas tribos continuaram isoladas do islamismo, como os bambaras, os sereres, os mossis, as tribos do Sudão meridional e da floresta equatorial, em grande parte.[37]
Desalojados da Guiné pelos holandeses, os portugueses conservaram Angola e Moçambique. Os neerlandeses estabeleceram-se em 1651 no cabo da Boa Esperança, devido às vantagens para o comércio no Oriente.[36]
Só em 1795 os holandeses iniciaram a colonização na África meridional, com dois mil colonos, incluindo também huguenotes franceses, estabelecendo-se no Karraoo.[38]

[editar] Idade Contemporânea


Litografia retratando a construção do Canal de Suez.
No fim do século XVIII a política napoleônica dirigiu-se ao norte da África.[38] Bonaparte, pretendendo transformar o Mediterrâneo em um lago francês,[38] isolando o poderio inglês das rotas do Oriente,[38] lançou-se ao Egito em 1798.[38] Embora terminasse derrotado, tirou o poder aos mamelucos[38] e abriu caminho para o renascimento egípcio.[38] Em 1805, Maomé-Ali fez-se reconhecer paxá pelo sultão turco,[38] que exercia poder nominal sobre o norte da África.[38] Chefe da milícia albanesa, fortaleceu o seu poder a partir de 1811,[38] liquidando os restos do poder mameluco.[38] Organizou um Estado centralizado e com o concurso de estrangeiros preparou enorme exército e grande esquadra e reorganizou a indústria e a agricultura.[38] Seguindo uma política expansionista, Maomé-Ali conquistou Senar e Kordofan, criou Kartum e auxiliou a Turquia na sua tentativa de reprimir a insurreição grega.[38] Em 1840, a Inglaterra obstou suas pretensôes sobre a Síria.[38] Seus sucessores desbarataram os recursos do Egito e os financistas internacionais dominaram o país.[38] A Inglaterra opôs-se à abertura do canal de Suez,[38] mas acabou possuindo a maioria das ações do canal,[38] abrindo novas perspectivas para o comércio com o Oriente.[38] O fim do século XIX marcou nova perda da independência política do Egito,[38] com o enfraquecimento do império otomano e o domínio britânico.[38]
Na África do Sul os ingleses anexaram o Cabo[38] e, juntamente com os bôeres, apropriaram-se das melhores terras dos nativos.[38] A interferência de missionários protestantes levou à extinção da escravidão.[38] A pressão inglesa determinou a emigração em massa dos bôeres para a região dos rios Vaal e Orange (1834-1848),[38] fundando-se dois Estados: Orange e Transvaal.[38] Os choques com os zulus (grupo banto) multiplicaram-se, tendo os nativos formando uma confederação de tribos, chefiados por Chaka, defendendo-se tenazmente.[38]
Em 1830, os franceses invadiram a Argélia[38] e iniciaram a colonização nos governos de Luís Filipe e Napoleão III.[38] A Berberia islamizada vem resistindo nestes dois séculos à dominação europeia.[38] O grande chefe berbere foi, no século passado, Abd el-Kader,[38] que levantou as tribos em guerra santa.[38]
Em 1847, a colônia que filantropos americanos haviam fundado entre Serra Leoa e Costa do Marfim transformou-se na república negra da Libéria.[38]

[editar] As explorações científicas

Retrato de James Bruce.
Retrato de James Bruce.
Retrato de James Bruce.

David Livingstone foi um dos primeiros europeus a explorar o interior da África.
A fase de ocupação periférica da África estava prestes a terminar.[39] As grandes potências já possuiam o cabedal técnico e os interesses econômicos para dominar o imenso continente.[39] A fase de expansão ocidental sobre a África e sua conseqüente divisão em colônias teve seus antecedentes nas explorações que cientistas, aventureiros e missionários realizaram,[39] muitos deles colaborando também na apropriação de territórios pelos países europeus.[39] Entre 1768 e 1773 o escocês James Bruce viajou através da Abissínia e do Senar e reconheceu as nascentes do Nilo Azul.[39] Em 1788 fundava-se em Londres a Associação Africana (transformada em 1831 na Sociedade Real de Geografia),[39] iniciando-se a exploração metódica da África.[39] Em 1796, o médico escocês Mungo Park reconheceu a região do rio Níger,[39] morrendo assassinado nos rápidos de Bussa.[39] O médico português Lacerda explorou o Zambeze e chegou ao lago Mwero.[39] Em 1823, Clapperton, vindo de Trípoli, chegava ao Tchad e, em 1825-1827, ao Níger.[39] A exploração mais fecunda foi realizada pelo sábio alemão Barth que, do Tchad, percorreu as regiões de Tombuctu, a oeste, e Adama, ao sul (1850-1855).[39] Deixou copiosa e segura documentação sobre suas viagens.[39] Entre 1860 e 1875, Os alemâes Rohlfs e Nachtigal fizeram enormes reconhecimentos geográficos,[39] lingüísticos[39] e de história natural no sul do Marrocos,[39] Saara[39] e Sudão.[39] Na segunda metade do século XIX, a África oriental e austral foi devassada.[39] O missionário anglicano Livingstone, que consagrou sua vida em defesa do negro, explorou a África do oeste para leste, morrendo em 1873.[39] Speke, entre 1852 e 1862,[39] explorou os Grandes Lagos, desceu o Nilo até Cartum,[39] resolvendo o problema da origem do grande rio.[39] Baker mostrou que os lagos Alberto e Malawi (ex-Niassa) eram os principais reservatórios do Nilo.[39] O jornalista inglês Stanley, vindo do leste para oeste, desceu o Lualaba até o Atlântico,[39] provando que era o curso superior do Congo (1874-1877).[39] Em sintese, partindo e chegando a pontos conhecidos, os exploradores seguiram os cursos dos grandes rios ou seus divisores d'água e revelaram ao mundo a riqueza dos recursos naturais da África e a realidade das populações indígenas,[39] muitas em nível primitivo, outras já bem decadentes por séculos de exploração, mas quase todas indefesas ao poderio europeu, ávido de matérias-primas e novos mercados.[39] Abria-se a África à fase imperialista.[39]

[editar] Imperialismo ocidental

Após 1870, a África foi o palco das disputas internacionais. Nos países já independentes, como Egito e Tunísia, a soberania desaparecia ante a intervencão das finanças estrangeiras, mudando-se a estrutura socioeconômica em benefício aos interesses estrangeiros. Os países e companhias dominadores investiram grandes somas na "explorarão dos rccursos naturais africanos, nos setores da engenharia, indústria e agricultura. O nativo, dominado por uma pequena minoria branca, trabalhou nessa empresa, mas teve pouquissima participação nas riquezas criadas. No correr dos anos formaram-se elites africanas que, tomando consciência da situação dos indígenas, iniciaram os movimentos de libertação, ao lado dos ideais pan-africanistas. As primeiras intençõcs provocaram a reação do nacionalismo xenófobo norte-africano, ainda baseado na tradição de independência berbere.
No Egito, o oficial Arabi Paxá chefiou uma revolta contra a subserviência do quediva aos estrangeiros e, em 1882, foi votada uma constituição de base parlamentar.
Após o Congresso de Berlim de 1878, o colonialismo europeu firmou-se sobre o norte da África. O chanceler alemão Bismarck apoiou as pretensões francesas de domínio da região, como uma compensação dos resultados da guerra Franco-Prussiana. Jules Ferry, condutor do expansionismo francês, usando como pretexto a invasão da Argélia por tribos tunisinas, ameaçou Túnis, e pelo tratado do Bardo (1881), completado pela convenção de Marsa (1883), instaurou o protetorado francês na Tunísia. Completava-se políticamente a intervenção financeira, embora, na aparência, governasse a mesma dinastia. No Sudão (depois anglo-egípcio), os britânicos apoiaram o quediva na repressão às tribos revoltadas sob a chefia de Mohammed-hmed. Assim, a Inglaterra acabou por ocupar todo o vale do Nilo.

Alegoria de 1904 que mostra as personificações nacionais Britannia e Marianne a dançar de alegria pela assinatura do tratado que estabeleceu relações cordiais entre Reino Unido e França.
No plano internacional, a disputa europeia no norte da África levou as potências a se agruparem em blocos rivais. A França e a Inglaterra, "pós uma hostilidade de quase 20 anos, se aproximaram em 1904-05 com a Entente Cordiale. O Congo foi palco das disputas franco-belgas. Leopoldo II usou a Associação Internacional para Exploração e Civilização da Africa como instrumento da expansão belga. A seu serviço, o explorador Stanley anexou em 1879 os territórios congoleses. Ao mesmo tempo, Brazza conseguia para a França o baixo Congo. A Inglaterra apoiou eutão as pretensões portuguesas na região. Para resolver o impasse, as potências decidiram na conferência de Berlim (1884-85) a questão da navegação no Níger e Congo. Além disto, quando uma potência se instalasse no litoral, só poderia se apropriardo interior desde quc realisse uma ocupação efetiva, tendo que notificar às outras signatárias do ato geral da conferência.
Firmou-se, assim, o conceito imperialista das zonas de influência. O Congo tornou-se um Estado independente em 1885, sob a soberania do rei belga. A cxplorarão da área foi entregue a concessionários até que em 1908 o Congo tornou-se colônia belga.
No Sudão ocidental, a França procurou alargar seus domínios, e até o fim do século XIX o Senegal, a Guiné, a Costa do Marfim, o Daomé (hoje Benin) e o Níger até Tombuctu estavam em suas mãos. As possessôes inglesas de Gâmbia, Serra Leoa e Costa do Ouro, e o Togo alemão ficaram encravados na zona francesa. Mas a Companhia Privilegiada (inglesa) dominou o baixo Níger, originando-se a Nigéria, rica em produtos tropicais.

Mapa francês de África (c. 1898) com as reivindicações coloniais. Posses alemãs a verde; posses belgas a laranja; britânicas a amarelo; francesas a rosa; portuguesas em púrpura; e a independente Etiópia a castanho.
A França reuniu as suas possessões do norte da África, o Sudão e o Congo, num só bloco. Em Madagascar, também impôs sua proteção, apesar da reação Hova. Foi preciso a intervenção militar cm Tananarive, e em 1895 a ilha era anexada ao império colonial francês, prosseguindo a Europa na corrida colonialista.
A Alemanha, que, como a Itália, sofrera considerável atraso na política colonial dcvido à unificação tardia, lançou-se à África. No litoral atlãntico restara a enorme região entre Angola e o Cabo. O alemão Lüderitz fixara-se em Angra-Pequena e comerciava com os hotentotes. Em 1884, o Sudoeste Africano tornou-se protetorado germânico. O explorador Nachtigal obteve, por tratados com os chefes locais, O Togo e os Camarões, C. Karl Peters anexou territórios na África oriental. Nessa região processou-se o choque anglo-alemão, principalmente em Uganda, já perturbada por querelas entre muçulmanos e ocidentais. Pelo tratado de 1º de julho de 1890, dividi-se a África oriental em zonas de influência. A Alemanha dominou o planalto dos Grandes Lagos e a Inglaterra obteve protetorados em Zanzibar e Pemba e o dominio de Uganda e os territórios alemães estabeleciam, pois, a descontinuidade das posses dos britânicos. Estes, em maio de 1894. davam ao Estado Independente do Congo (depois Congo Belga), a posse das terras do Bahr-el-Ghazal em troca de uma faixa de 25 km de largura na região dos lagos Alberto e Tanganica, permitindo ligar O vale do Nilo às possessões do sul.
Em 1881 os mahdistas ocuparam o Sudão egípcio. A Inglaterra encarou a anarquia no alto Nilo como um perigo para sua posse no Egito, pois qualquer potência usaria esse pretexto para intervir no Sudão nilótico. Anos depois, os mahdistas atacaram Cartum, onde morreu o general Gordon, que defendia a praça. A França, sob a orientação do ministro Delcassé, pretendeu dominar a região. A expedição francesa saiu de Brazzaville em março de 1897 e chegou ao alto Nilo, em Fashoda (julho de 1898). Por sua vez, a Inglaterra enviou Kitchener que, retomando Cartum e destruindo as tropas mahdistas, chegou a Fashoda a 17 de setembro. A repercussão na Europa das disputas anglo-francesas foi enorme e quase se chegou à guerra. Mas a França recuou neste incidente, e a Inglaterra incorporou a região (Sudão Anglo-Egípcio).
Na Abissínia, Orei Menelik II opõs-se às pretensões da Itália, derrotando-a em Aduwa (1896). A Abissínia fora o primeiro país africano a afirmar a sua soberania ante o avanço europeu. Em 1900 a França conquistou o Tchad.

O Colosso de Rhodes: Caricatura de Cecil John Rhodes, depois que ele anunciou planos para uma linha de telégrafo, ferrovia e porto da Cidade do Cabo ao Cairo.
Na África do Sul a descoberta das minas de ouro e diamantes ocasionou a guerra da Inglaterra contra os bôeres. Cecil Rhodes, governador do Cabo e orientador da polítíca das companhias mineradoras, chefiou a conquista, a pretexto da ligação ferroviária do Cabo ao Cairo. Cercou as repúblicas bôeres. Concedeu a exploração das Rodésias e Bechuanalândia à Companhia Privilegiada. Fracassando numa primeira tentativa belicosa contra os bôeres (o rei de de Jameson) em 1896, Rhodes neutralizou os protestos alemães e, pretextando o xenofobismo do presidente bôer Kruger contra os estrangeiros (uitlanders), atacou os colonos africanders em 1899. Mas a resisténcia bôer foi enorme e a opinião mundial exaltou-se Contra a politica violenta dos últimos anos da rainha Vitória. Em 1902 a Inglaterra vencia a guerra e em 1909 nascia a União Sul-Africana, domínio da Comunidade das Nações.
No começo do século XX, resistiam ainda ao imperialismo o Marrocos e a Líbia, na África do norte. No Marrocos chocaram-se os interesses franco-alemães. O kaiser Guilherme II, desembarcando em Tânger, apoiou a tutela do sultão turco sob a proteção alemã. Mas na conferéncia de Algeciras teve que reconhecer o domínio Irancês do litoral. Quando, porém, a França tentou o interior marroquino, a Alemanha enviou uma canhoneira a Agadir (julho de 1911). Nesse período de "paz armada que precedeu a I Guerra Mundial, parecia que a luta armada entre as duas potências iria estourar. Porém o tratado de 4 de novembro de 1911 deixou o Marrocos à França, sendo a Alemanha compensada por cessões no Gabão, Congo e Ubangui.
Invocando os maus tratos por que passavam seus colonos na Tripolitânia, a Itália declarou guerra à Turquia (setembro de 1911), que exercia poder nominal sobre a Líbia e rapidamente ocupou o litoral da Tripolitânia e Cirenaica, mas teve que enfrentar a guerra santa dos senusitas chefiados pelos turcos. Entretanto, devido aos problemas balcânicos que antecederam a I Guerra Mundial, o império otomano cedeu a região à Itália (1912).
Os reflexos da I Guerra Mundial na África foram importantes porque significaram a interrupção do domínio alemão e turco no continente. Franceses, ingleses e belgas lançaram-se à conquista das colônias germânicas. No Sudoeste Africano, porém, a resistência foi grande, complicada com a reação bôer na União Sul-Africana. Na África Oriental Alemã os colonos resistiram por toda a guerra. Na África do Norte o tênue domínio turco esboroou-se e a Itália concluiu duramente o domínio da Cirenaica. Os tratados de Versalhes e Sévres confirmaram o fim do domínio alemão e turco na África, pois suas colônias foram repartidas entre as potências sob a forma de mandatos da Sociedade das Nações. O Togo e os Camarões foram repartidos entre Inglaterra e França. A África Ocidental Alemã ficou sob o mandato da União Sul-Africana. Tanganica ficou com a Inglaterra, e os sultanatos de Ruanda e Burundi, com a Bélgica. A Inglaterra realizava o sonho de unir o Cabo ao Cairo. No período entreguerras, a Alemanha não cessou de exigir a devolução de suas possessões, principalmente na era nazista. Em 1935 a Itália, a menos aquinhoada das potências, invadiu a Abissínia. A Sociedade das Nações, já decadente, pouco fel. além de aplicar sanções inócuas. A 9 de maio de 1936, Mussolini proclamou a existência da África Oriental Italiana, reunindo num só bloco Abissínia, Eritréia e Somália.

Soldado Alemão em campanha no Norte da África.
Na Segunda Guerra Mundial as colônias inglesas apoiaram a metrópole. Já no império colonial francês, o governo de Vichy conseguiu a adesão de grande parte do colonos, apesar do apelo do governo livre do general Charles de Gaulle. Isso obrigou os aliados a uma ação militar conlra os colaboracionistas do Eixo. Em 1942 os ingleses ocuparam Madagascar. Na África do norte as potências aliadas e os nazi-fascistas disputaram violentamente seu domínio. A Libia foi a base dos exércitos de Hitler. A Abissínia, dominada pelos fascistas, fazia perigar as rotas do Oriente. Nas areias do Saara as tropas de Rommel e Montgomery travaram uma luta difícil pelo afastamento das bases de suprimentos e pelas condições mesológicas. Em 1942, O Afrika Korps atingia EI Alamein, em território egípcio. Derrotados, os alemães recuaram até a Tunísia. O desembarque norte-americano liquidou as pretensões do Eixo.

[editar] Nova era africana

Após a guerra, com o esgotamento das potências e a difusão das ideias democráticas, nasceu uma nova era para a África. De um lado, os ideais do nacionalismo africano e do pan-africanismo, agitando as populações nativas e levando-as à luta pela independência das colônias e sua união em blocos; e de outro, o neocolonialismo, procurando sob outras formas político-administrativas a perpetuação do domínio estrangeiro. Acrescem-se as disputas de facções locais, as influências do pan-arabismo, a luta contra o subdesenvolvimento, e os choques entre os mundos socialista e capitalista pelo predominio polítíco no continente, para onde se transferiu um novo front da guerra fria.
Ainda em 1950, quase todo o continente africano - com exceção da Etiópia, África do Sul, Libéria e Egito - encontrava-se sob o domínio de potências europeias, na forma de colônias ou protetorados. Todavia, os anos seguintes assistiram à afirmação do nacionalismo africano e ao surgimento de movimentos de independência, assinalando o começo do rápido declínio do poder imperial na África.
Três fatores avultaram na recessão do colonialismo africano. O primeiro deles foi o clima politico e intelectual geral do século XX, que encontrou expressão política no conceito de autodeterminação dos povos e no crescente respeito pelos direitos do homem, consubstanciado na declaração integrada à Carta das Nações Unidas. Essa atmosfera internacional fundada numa nova ética possibilitou a plena atuação de um segundo fator: a tomada de consciência, pelos africanos, de sua própria força, concretizada numa efetiva ação emancipadora. O terceiro fator foi a substanvial alteração do equilíbrio mundial do poder, decorrente do enfraquecimento e da perda de influência das metrópoles coloniais europeias. Após duas desastrosas guerras mundiais, a Europa Ocidental já não dispunha de força militar ou econômica necessária para perpetuar seu imperialismo. A esse quadro de debilibitação justapunha-se a transformação dos Estados Unidos e da União Soviética, países declaradamente anticolonialistas, nas duas grandes potências do século XX.
A crônica da descolonização diferiu, naturalmente, de país para país. De maneira geral, entretanto, onde existia uma infraestrutura, ainda que rudimentar, capaz de permitir a ocorrência de mudanças politicas e constitucionais, e onde a metrópole se mostrou suficientemente maleável às exigências das circunstâncias, a transição do colonialismo para a plena soberania fez-se de modo relativamente pacífico. No entanto, nos casos em que a potência colonial congelara suas políticas no contexto do espírito oitocentista, ela foi compelida a recorrer à guerra colonial a fim de manter a situação vigente, com o resultado de que a transição fez-se a preço de sangue e traumatismo.

Mapa de África com as várias datas de independência.
Na África do norte, a Líbia adquirira sua independência em 1951, sob proteção da ONU. No Maghreb, a minoria estrangeira tentou por todos os modos manter o domínio colonial, já que enormes interesses industriais, agrícolas e minerais estavam em jogo. O pauperismo agravado pelo alto índice de natalidade, chegou a tal extremo que, depois da II Guerra Mundial, um inquérito constatou que 10% da população vivia da caridade pública, principalmente na Argélia. Nessas condições, o nacionalismo berbere progrediu rapidamente entre o enorme proletariado urbano, instável e pouco qualificado, atraído às cidades pelas indústrias europeias.
Na África negra, os líderes realizavam, ao lado da propaganda intensiva, vários congressos e conferências africanos. Em 1955, na conferência de Bandung, que reuniu países afro-asiáticos subdesenvolvidos, os princípios de autodeterminação ganharam corpo. Líderes como Sekou Touré (Guiné), Jomo Kenyatta (Quênia), Mamadou Dia e Léopold Senghor (Senegal), Patrice Lumumba (Zaire, atual República Democrática do Congo), Kwame Nkrumah (Gana), Houphouet-Boigny (Costa do Marfim), Hastings Banda (Malawi), Julius Nyerere (Tanzânia) e Kenneth Kaunda (Zâmbia) passaram a reunir-se em congressos, como a conferência do Cairo (1957), a conferência do Estados Africanos Independentes (1958), o congresso de Cotonou (1958), a conferência dos Povos Africanos (1958) e as conferências sindicais de Brazzaville e Conakry (1959).
O ano de 1960 marcou o apogeu da descolonização africana, com a independência de 17 países: Alto Volta, Camarões (Camarão), Costa do Marfim, Congo, Daomé (Benin), Gabão, Mali, Mauritânia, Níger, Nigéria, República Centro-Africana, República Malgaxe (Madagascar), Senegal, Somália, Tchad, Toga e República Democrática do Congo (ex-Zaire). Nos anos seguintes, muitos outros países chegaram à independência, de modo que em 1968, com a independência de Guiné Equatorial, Maurício e Suazilândia, 42 países já se encontravam soberanos.
Em 1974, os principais territórios não independentes que restavam na África eram as chamadas "províncias ultramarinas" de Portugal Angola, Moçambique e Guiné Portuguesa (Guiné-Bissau) -, onde ainda lavravam as guerras de libertação, conduzidas por vários grupamentos guerrilheiros. Com a derrocada final do salazarismo em Portugal naquele ano, acelerou-se o processo de independência dessas províncias - primeiro Guiné-Bissau (1974) e depois Angola, Moçambique e Ilhas do Cabo Verde e São Tomé e Príncipe (1975). Restava assim uma única grande colônia, o Sudoeste Africano (Namíbia), que permaneceu sob jurisdição da África do Sul até 1990, quando tornou-se independente. O Saara Ocidental foi dividido entre Marrocos e Mauritânia após a retirada espanhola (1976). A independência do território era reivindicada pela organização nacionalista Frente Polisário, cujos guerrilheiros fustigavam as tropas de ocupação. Em 1979, a Mauritânia retirou-se e, em 1991, preparava-se um plebiscito supervisionado pela ONU para decidir o futuro da região.
Comores tornou-se independente da França em 1975 e Seychelles do Reino Unido em 1976. O território francês dos Afars e Issas ficou independente em 1977 com O nome de Djibouti. Na África meridional, o regime branco e segregacionista da Rodésia chegou ao fim em 1980, quando o país adotou o nome de Zimbabwe e elegeu um governo de maioria negra. Na África do Sul, após décadas de discriminação racial, o acordo entre o governo branco eleito em 1989 e os líderes negros já proporcionara, em 1991, a revogação da maioria das leis segregacionistas.

[editar] Problemas pós-coloniais


Localização da União Africana.
Um dos legados do colonialismo tem sido a dificuldade de cooperação entre os novos Estados africanos. Há, por exemplo, o problema do mosaico de fronteiras arbitrárias e ilógicas, que em sua maioria assinalam a extensão das conquistas coloniais ou da expansão imperial e que geralmente não têm qualquer relação com as fronteiras naturais, geográficas ou étnicas. O colonialismo gerou também uma identificação política e econômica com a metrópole colonial, particularmente forte no caso das ex-colônias francesas, e que persiste até hoje, acarretando inclusive um certo grau de dependência. Além disso, considerações extra-africanas ainda inibem a politica internacional de muitos Estados do continente.
A relativa brevidade da dominação europeia na África teve também como resultado a fixação de instituições e hábitos das várias potências coloniais. A sobreposição de culturas estrangeiras e indígenas criou uma diferença de perspectiva entre os países africanos de língua inglesa e de língua francesa, que tende a dificultar ainda mais as relações entre esses dois grupos de países.
Conscientes desses óbices, muitos líderes africanos têm-se esforçado por promover soluções pan-africanas para os problema do continente. Um dos principais resultados desses esforços foi a criação, em maio de 1963, da Organização da Unidade Africana (OUA) com sede em Adis Abeba. A Organização da Unidade Africana foi substituída pela União Africana em 9 de julho de 2002. A OUA teve êxito na mediação da disputa entre Argélia e Marrocos (1964-65), e nos litígios de fronteiras entre Etiópia e Somália (que tornaram a eclodir em 1977) e entre Quênia e Somália (1965-67), fracassando, porém, em sustar a guerra civil na Nigéria (1968-70). Todos os países africanos independentes pertencem à União Africana.

[editar] Geografia

A África está separada da Europa pelo mar Mediterrâneo e liga-se à Ásia na sua extremidade nordeste pelo istmo de Suez. No entanto, a África ocupa uma única placa tectônica, ao contrário da Europa que partilha com a Ásia a Placa Euro-asiática.
Do seu ponto mais a norte, Ras ben Sakka, em Marrocos, à latitude 37°21' N, até ao ponto mais a sul, o cabo das Agulhas na África do Sul, à latitude 34°51'15? S, vai uma distância de aproximadamente 8 000 km. Do ponto mais ocidental de África, o Cabo Verde, no Senegal, à longitude 17°33'22? W, até Ras Hafun na Somália, à longitude 51°27'52? E, vai uma distância de cerca de 7 400 km.
Para além do mar Mediterrâneo, a norte, África é banhada pelo oceano Atlântico na sua costa ocidental e pelo oceano Índico do lado oriental. O comprimento da linha de costa é de 26 000 km.

[editar] Localização

Com uma área territorial de pouco mais de 30 milhões de quilômetros quadrados, o continente africano é o terceiro em extensão. Cortam a África, três dos grandes paralelos terrestres: Equador, Trópico de Câncer e Trópico de Capricórnio, além do Meridiano de Greenwich. Há cinco diferentes fusos horários. O continente tem o formato aproximado de um crânio humano visto de lado com o nariz - a península da Somália - apontado para leste.
Estendendo-se de 37 graus de latitude norte a 34 graus de latitude sul e de 18 graus de longitude oeste a 51 graus de longitude leste, o território africano distribui-se pelos quatro hemisférios do planeta Terra. Por outro lado, está compreendido em apenas duas zonas climáticas: a zona intertropical (equatorial e tropical norte e sul) e temperada do norte e do sul.
A África apresenta litoral pouco recortado e é banhada, a oeste, pelo oceano Atlântico; a leste, pelo oceano Índico; ao norte, pelo mar Mediterrâneo; e a nordeste, pelo mar Vermelho.
Dentre os acidentes geográficos litorâneos, merecem destaque o golfo da Guiné no Atlântico Sul; e o estreito de Gibraltar, entre o Oceano Atlântico e o mar Mediterrâneo, junto da península Ibérica, na Europa. Há ainda no leste do continente, a península da Somália, chamada também de Chifre da África, e o golfo de Áden, formado por águas do oceano Índico e limitado pela península Arábica, que pertence à Ásia. Ao sul, encontra-se o cabo da Boa Esperança.
A África não possui muitas ilhas ao seu redor. No Atlântico, localizam-se algumas, formadas por picos submarinos, como as Ilhas Canárias e a Ilha da Madeira, bem como os arquipélagos de São Tomé e Príncipe e de Cabo Verde. No Oceano Índico encontram-se uma grande ilha — a de Madagáscar — e outras de extensão reduzida, entre as quais Comores, Maurício e Seychelles.

[editar] Relevo


O continente africano visto do Espaço.
O relevo africano, predominantemente planáltico, apresenta considerável altitude média - cerca de 750 metros. As regiões central e ocidental são ocupadas, em sua totalidade, por planaltos intensamente erodidos, constituídos de rochas muito antigas e limitados por grandes escarpamentos.
Os planaltos contornam depressões cortadas por rios, nas quais também se encontram lagos e grandes bacias hidrográficas, como as do Nilo, do Congo, do Chade, do Níger, do Zambeze, do Limpopo, do Cubango e do Orange.
Ao longo do litoral, situam-se as planícies costeiras, por vezes bastante vastas. Destacam-se, a oeste e nordeste do continente, quando se estendem para o interior. As planícies ocupam área menor do que a dos planaltos. Podemos citar as planícies do Níger e do Congo.
Na porção oriental da África encontra-se uma de suas características físicas mais marcantes: uma falha geológica estendendo-se de norte a sul, o Grande Vale do Rift, em que se sucedem montanhas, algumas de origem vulcânica e grandes depressões. É nessa região que se localizam os maiores lagos do continente, circundados por altas montanhas, de mencionar o Quilimanjaro (5895 metros), o monte Quênia (5199 metros) e o Ruwenzori (5109 metros).

Mapa topográfico do Saara.
Podemos destacar ainda dois grandes conjuntos de terras altas, um no norte, outro no sul do continente:
Completando uma visão do relevo africano, é possível observar ainda a existência de antigos maciços montanhosos em diferentes pontos do continente: o da Etiópia, formado a partir de erupções vulcânicas, o de Fouta Djalon e o de Hoggar, além de vários outros.
O Planalto dos Grandes Lagos assinala o início de inclinação do relevo africano, do leste para o continente, que favorece a drenagem de bacias fluviais interiores, como as dos rios Congo, Zambeze e Orange.

[editar] Clima


Mapa climático da África de acordo com a Classificação climática de Köppen-Geiger.
A linha do Equador divide a África em duas partes distintas: o norte é bastante extenso no sentido leste-oeste; o sul, mais estreito, afunila-se onde as águas do Índico se encontram com as do Atlântico. Quase três quartos do continente estão situados na zona intertropical da Terra, apresentando, por isso, altas temperaturas com pequenas variações anuais.
Distinguem-se na África os climas equatorial, tropical, desértico e mediterrâneo.
O clima equatorial, quente e úmido o ano todo, abrange parte da região centro-oeste do continente; o tropical quente com invernos secos domina quase inteiramente as terras africanas, do centro ao sul, inclusive a ilha de Madagascar; o clima desértico, por sua vez, compreende uma grande extensão da África, acompanhando os desertos do Saara e de Calaari.
O clima mediterrâneo manifesta-se em pequenos trechos do extremo norte e do extremo sul do continente, apresentando-se quente com invernos úmidos. No Magrebe, a agricultura é importante, cultivando-se vinhas, oliveiras, cítricos e tâmaras, enquanto que no sul, principalmente na península do Cabo, o vinho, introduzido pelos imigrantes franceses, no século XVII, é igualmente uma fonte de riqueza local.
A pluviosidade na África é bastante desigual, sendo a principal responsável pelas grandes diferenças entre as paisagens africanas. As chuvas ocorrem com abundância na região equatorial, mas são insignificantes nas proximidades do Trópico de Câncer, onde se localiza o Deserto do Saara, e do Trópico de Capricórnio, região pela qual se estende o Calaari.
Localizados no interior do território africano, os desertos ocupam grande parte do continente. Situam-se tanto ao norte (Dyif, Iguidi, da Líbia - nomes regionais do Saara) quanto ao sul (da Namíbia - denominação local do Deserto de Calaari).

[editar] Hidrografia


O Rio Nilo como visto do espaço sideral.
Tendo as regiões norte e sul praticamente tomadas por desertos, a África possui relativamente poucos rios. Alguns deles são muito extensos e volumosos, por estarem localizados em regiões tropicais e equatoriais; outros atravessam áreas desérticas, tornando a vida possível ao longo de suas margens.
A maior importância cabe ao rio Nilo, o segundo mais extenso do mundo (após o Solimões-Amazonas), cujo comprimento é superior a 6.500 quilômetros. Nasce nas proximidades do Lago Vitória, percorre o nordeste africano e deságua no mar Mediterrâneo. Forma, com seus afluentes, uma bacia de quase três milhões de quilômetros quadrados, cinco vezes mais extensa que o estado de Minas Gerais. O vale do rio Nilo, abaixo da confluência entre o Nilo Branco e o Nilo Azul, apresenta um solo extremamente fértil, no qual se pratica intensamente a agricultura, onde as principais culturas são o algodão e o trigo. As grandes civilizações egípcia e de Meroé, na Antiguidade existiram, em parte, em função de seu ciclo anual de cheias.
Além do Nilo, outros rios importantes para a África são o Congo, o Níger e o Zambeze. Menos extensos, mas igualmente relevantes, são o Senegal, o Orange, o Limpopo e o Zaire.
No que se refere aos lagos, a África possui alguns mais extensos e profundos, a maioria situada no leste do continente, como o Vitória, o Rodolfo e o Tanganica. Este último, com quase 1.500 metros de profundidade, evidencia com mais ênfase a grande falha geológica na qual se alojaram os lagos. O maior situado na região centro-oeste é o Chade.

[editar] Vegetação

Nas áreas de clima equatorial as chuvas são abundantes o ano inteiro; graças à pluviosidade, a vegetação dominante é a floresta equatorial densa e emaranhada. Ao norte e ao sul dessa faixa, onde o verão é menos úmido e a região está sujeita às influências marítimas, aparecem as savanas, que constituem o tipo de vegetação mais abundante no continente. Circundam essa região zonas em que as temperaturas são mais amenas, a pluviosidade menor e as estações secas bem pronunciadas. Aí se encontram estepes, que, à medida que alcançam áreas mais secas, tornam-se progressivamente mais ralas, até se transformarem em regiões desérticas.
Ao longo do litoral do mar Mediterrâneo e da África do Sul, sobressai a chamada vegetação mediterrânea, formada por arbustos e gramíneas. Nesta área concentra-se a maior parte da população branca do continente.

Leão descansando na Namíbia.
Como parte significativa de sua vegetação está preservada, a África conserva ainda numerosos espécies de sua fauna: a floresta equatorial constitui abrigo, principalmente, para aves e macacos; as savanas e estepes reúnem antílopes, zebras, girafas, leões, leopardos, elefantes, avestruzes e animais de grande porte em geral.

[editar] Regiões

Os contrastes presentes na África manifestam-se em diversos níveis: suas paisagens são diversificadas; os povos que a habitam, pertencentes a várias etnias distintas, expressam-se em múltiplos idiomas ou dialetos e professam diferentes credos religiosos. Além disso, movimentos separatistas têm frequentemente alterado as feições políticas do continente, em que atualmente se contam 53 Estados autônomos e seis territórios não-independentes.
Por isso, agrupar os países da África em conjuntos homogêneos não constitui tarefa simples. Entretanto, por razões didáticas, vamos dividir o continente em cinco regiões principais: África do Norte, África Ocidental, África Centro-ocidental, África Centro-oriental e África Meridional.

[editar] África do Norte

A porção setentrional do continente é a mais extensa, comportando três subdivisões: os países do Maghreb, os países do Saara e o vale do Nilo.
[editar] Magreb

Vista aérea de Argel, a capital da Argélia.
A palavra maghreb, de origem árabe, significa "onde o Sol se põe", ou seja, o ocidente. Essa sub-região corresponde ao noroeste africano e engloba o Marrocos, a Argélia e a Tunísia.
Na paisagem, os traços físicos mais marcantes são a Cadeia do Atlas, junto ao Mar Mediterrâneo, e o grande Deserto do Saara em que se distinguem dois trechos: um dominado por dunas arenosas, conhecido por Erg, e outro bastante pedregoso, denominado Hamadas.

Magrebe, a parte ocidental do mundo árabe.
O clima da região é do tipo mediterrâneo na vertente norte do Atlas e do tipo desértico ao sul dessa cadeia. A população distribui-se de modo irregular: é densa nas áreas mais úmidas e, naturalmente, escassa nas áreas desérticas, onde predominam os árabes e os berberes, que geralmente professam o islamismo.
Em virtude de condições naturais desfavoráveis, a agropecuária é pouco desenvolvida, embora empregue grande parte da população ativa desses países. Destaca-se a agricultura mediterrânea, em que se cultivam vinhas, oliveiras, cítricos e tâmaras. Pratica-se a pecuária extensiva nas áreas semiáridas e a pecuária nômade no deserto.
Ricos em minérios, de que são grandes exportadores, os países do Maghreb conseguiram implantar vários centros industriais de destaque, como Argel, Túnis, Orã, Casablanca, Rabat, Fez e Marrakesh, que são algumas das maiores e mais belas cidades da África.
A Argélia é rica em petróleo e gás natural, sendo também membro da OPEP. Marrocos e Tunísia são grandes exportadores de fosfatos, matéria-prima para a indústria de fertilizantes.
[editar] Saara

Mapa topográfico do Saara.
O vasto Deserto do Saara se estende por diversos países, mas é o traço físico que nos permite agrupar Mauritânia, Mali, Níger, Chade e Líbia na mesma sub-região. A aridez do solo e a predominância do clima desértico não favorecem as atividades econômicas; os obstáculos para a implantação de indústrias são muitos, e a agricultura só é possível junto aos oásis e em curtos trechos do litoral.
Tais restrições do meio conduzem ao nomadismo grande parte da população, que, formada basicamente por negros e árabes, tem a pecuária como principal atividade econômica. Entretanto, o subsolo apresenta significativas reservas de petróleo, gás natural, ferro e urânio.
A Líbia é o país mais importante desse grupo, tanto pela produção petrolífera quanto pela controvertida política externa, que tem chamado a atenção do mundo, em diversas ocasiões.
Inclui-se ainda nessa sub-região o território do Saara Ocidental, que até 1976 pertenceu à Espanha e ainda não conseguiu tornar-se uma nação independente, pois é disputado pelo Marrocos, pela Mauritânia e pela Argélia, que pretendem anexá-lo ao seu território. Isso porque, entre outras razões, essa é uma região muito rica em fosfato.
[editar] Vale do Nilo
Apesar de Egito e Sudão também se encontrarem em meio ao Deserto do Saara, a presença do rio Nilo permite que os agrupemos em outra sub-região. Formado pelos rios Nilo Branco e Nilo Azul, o Nilo atravessa todo o território desses países, proporcionando melhores condições de vida para suas populações.
O vale por onde corre apresenta um solo extremamente fértil, no qual se pratica intensamente a agricultura. Em consequência desse fato, Egito e Sudão contam com uma população numericamente superior à dos outros países em que o deserto se faz presente. O Cairo é, aliás, a mais populosa cidade africana e uma das maiores do mundo, com mais de 11 milhões de habitantes.
Há predominância de brancos, principalmente árabes e berberes, mas é grande a presença de negros na parte meridional do Sudão.
Sustentáculo da economia local, a atividade agrícola responde por uma grande produção de algodão, à qual se seguem as colheitas de milho, trigo e arroz. O cultivo não ocorre apenas nas terras próximas às margens do Nilo, pois foram construídas várias barragens que possibilitam a irrigação de áreas desérticas relativamente distantes do leito.
Pouco significativa no Sudão, a indústria é no Egito mais desenvolvida e diversificada, notadamente a siderúrgica, a elétrica e a têxtil, bem como as de produto químicos e alimentícios. Também em solo egípcio encontram-se reservas de petróleo e gás natural, além de ferro, fosfato e potássio.
Esse quadro, aliado à posição estratégica, confere ao Egito o título de país mais importante da sub-região, cujas cidades principais são Cairo, Alexandria ambas egípcias e Cartum (no Sudão).

[editar] África Ocidental


Mapa do Golfo da Guiné.
Essa região situa-se entre o Deserto do Saara e o Golfo da Guiné e abrange 17 países independentes, alguns de reduzida área territorial.
Os terrenos são antigos e, por essa razão, bastante erodidos, verificando-se a presença de formações rochosas cristalinas. Devido à sua posição geográfica, a região apresenta clima equatorial, com áreas de savanas ao norte e densas florestas ao sul, onde os índices de pluviosidade são mais elevados.
Em virtude dessas características, a África Ocidental possui densidade demográfica maior que a da região do Saara. Concentra-se na Nigéria 60% de sua população, composta por negros do grupo sudanês.
Todos os países são economicamente subdesenvolvidos, constituindo a agricultura sua atividade predominante. A lavoura de subsistência alterna-se com o cultivo de produtos tropicais destinado à exportação - café, cacau, amendoim, banana e borracha.
A industrialização local, em expansão, depende em grande parte do capital estrangeiro. Os países mais desenvolvidos no setor são: Nigéria, Costa do Marfim e Senegal.
Regiões
Os contrastes presentes na África manifestam-se em diversos níveis: suas paisagens são diversificadas; os povos que a habitam, pertencentes a várias etnias distintas, expressam-se em múltiplos idiomas ou dialetos e professam diferentes credos religiosos. Além disso, movimentos separatistas têm frequentemente alterado as feições políticas do continente, em que atualmente se contam 53 Estados autônomos e seis territórios não-independentes.

[editar] África Centro-ocidental

Essa região agrupa quatro países: República Centro-Africana, Congo, República Democrática do Congo e Angola. Situa-se na porção equatorial do continente, limitada pelo Atlântico a oeste e por altas escarpas montanhosas e grandes falhamentos a leste, verificando-se, no restante do território, a alternância de planaltos e planícies cortados por rios caudalosos.
O clima é quente e úmido nos países mais ao norte, verificando-se aí a presença de florestas equatoriais. Mais ao sul da região predominam o clima tropical e a formação vegetal das savanas.
Trata-se de uma região de baixa densidade demográfica, cuja população compõe-se basicamente de negros, pertencentes em sua maioria ao grupo banto. As principais concentrações humanas ocorrem no Zaire e em Angola.
A agricultura assemelha-se à da África Ocidental. A exploração mineral é muito importante para o Zaire e Angola, onde se encontram jazidas de cobre, cobalto, manganês e ferro. O extrativismo vegetal, notadamente de madeira, reforça a economia da região.
Como em quase todo o continente, as indústrias são escassas, mas as descobertas de lençóis petrolíferos na faixa litorânea e o grande potencial hidrelétrico desses país es oferecem-Ihes perspectivas de progresso.

[editar] África Centro-oriental


Imagem de satélite de Adis Abeba, a capital da Etiópia, situada a 2.400 metros de altitude.
Compreendida entre a Bacia do Congo e as águas do Mar Vermelho e do Oceano Índico, esta região agrupa dez países: Eritreia, Etiópia, Djibuti, Somália, Quênia, Tanzânia, Uganda, Ruanda, Burundi e Seychelles. Sua paisagem é bastante diversificada, verificando-se, em meio a poucas planícies e planaltos elevados, a presença de maciços montanhosos, grandes falhamentos, muitos vulcões e lagos. Predomina o clima tropical, com temperaturas atenuadas pela altitude. A vegetação também oferece um quadro variado: florestas equatoriais, savanas, estepes e formações típicas de áreas desérticas.
Tampouco sua composição étnica revela-se homogênea: na Península da Somália, conhecida como Chifre da África por causa do formato peculiar, a população predominante é de negros do grupo banto, ao passo que em outras áreas encontra-se expressivo número de camitas, árabes, indianos e europeus. O contingente que habita a zona rural é mais numeroso do que o urbano; dentre as cidades, destacam-se Nairóbi, Mogadíscio e Adis-Abeba.
A economia regional baseia-se na agricultura, que, organizada principalmente segundo o sistema de plantation, dedica-se aos produtos de exportação, como o café e o algodão. Os escassos recursos minerais consistem em pequenas jazidas de ouro, platina, cobre, estanho e tungstênio. Também nessa região a industrialização não atingiu um satisfatório grau de desenvolvimento.
A África Centro-oriental é uma das regiões mais pobres e conflituadas do continente e tem vivido crises de seca e fome (Somália e Etiópia) e sangrentos conflitos étnicos, como entre hutus e tutsis em Ruanda e Burundi.

[editar] África Meridional


Centro de Joanesburgo, cidade mais rica da África do Sul.
Esta região, atravessada pelo Trópico de Capricórnio, é composta de doze Estados independentes. Em seu relevo predominam planaltos circundados pelas baixas altitudes da faixa litorânea. Em correspondência com o clima, que varia do tropical úmido ao desértico (na região do Calaari), passando pelo mediterrâneo, encontra-se uma vegetação também diversificada, em que se verifica a presença de savanas, estepes e até mesmo florestas (junto à costa do Oceano Índico).
As reservas minerais constituem seu principal sustentáculo econômico. Destaca-se a mineração na África do Sul (ouro, diamantes, cromo e manganês) e na Zâmbia (cobre e cobalto). Como atividade geradoras de renda pode-se citar ainda a agricultura, representada por produtos de clima mediterrâneo (vinhas, oliveiras e frutas) e de clima tropical (cana-de-açúcar, café, fumo e algodão), além da criação extensiva de gado bovino.
Na África do Sul, o país mais industrializado do continente, as indústrias concentram-se nas regiões metropolitanas de Joanesburgo, Cidade do Cabo e Durban. Este país teve a segregação racial oficializada pelo apartheid. Através desse regime, 15,5% da população, formada por brancos, dominava o país até 1994. As desigualdades sociais entre brancos e não-brancos são muito grandes.
A Namíbia - país independente desde 1990 - esteve subordinada à África do Sul por 70 anos. Originalmente colonizada por alemães, passou para o controle sul-africano após a Primeira Guerra Mundial. O primeiro governante eleito da Namíbia independente foi Sam Nujoma, líder do movimento guerrilheiro por 30 anos.

[editar] Demografia


Cidades mais populosas da África

Posição Cidade País População Posição Cidade País População Lagos 1 galleryfull.jpg
Lagos
Kinshasa-Gombe, from CCIC.JPG
Kinshasa
View from Cairo Tower 31march2007.jpg
Cairo
1 Lagos Nigéria 9 968 455 11 Adis-Abeba  Etiópia 3 315 108
2 Kinshasa República Democrática do Congo Rep. Dem. do Congo 8 900 721 12 Casablanca  Marrocos 3 299 179
3 Cairo  Egito 8 105 071 13 Nairóbi  Quênia 3 246 384
4 Ibadan Nigéria 5 175 223 14 Dar es Salaam Tanzânia 3 212 040
5 Alexandria  Egito 4 388 219 15 Luanda Angola 2 644 318
6 Abidjã Costa do Marfim 4 123 208 16 Dacar Senegal 2 583 028
7 Joanesburgo África do Sul 3 859 816 17 Omdurman Sudão 2 568 590
8 Cidade do Cabo África do Sul 3 648 807 18 Acra Gana 2 449 922
9 Durban África do Sul 3 512 243 19 Cartum Sudão 2 431 323
10 Giza  Egito 3 438 401 20 Benin City Nigéria 2 406 697

[editar] Densidade demográfica


Mapa demográfico da África.
Apesar de ser o terceiro continente em extensão territorial, a África é relativamente pouco povoada. Abriga pouco mais de meio bilhão de habitantes - população menor que a de países como a China e a Índia -, cifra que lhe confere uma densidade demográfica semelhante à brasileira: 20 habitantes por quilômetro quadrado. Esses dados são estimados, pois os obstáculos oferecidos pelo meio natural e o subdesenvolvimento que caracteriza o continente tornam impossível recensear todos os habitantes do território africano, muitos dos quais vivem em tribos inteiramente isoladas do mundo moderno.
Essa pequena ocupação demográfica encontra explicações nos seguintes fatores:
A população africana caracteriza-se também pela distribuição irregular. O vale do Nilo, por exemplo, possui densidade demográfica de 500 habitantes por quilômetro quadrado, enquanto os desertos e as florestas são praticamente despovoados. Outros pontos de alta densidade são o Golfo da Guiné, as áreas férteis em torno do Lago Vitória e alguns trechos no extremo norte e no extremo sul do continente. As regiões das savanas, de maneira geral, são áreas de densidades demográficas médias.
Poucos países africanos apresentam população urbana numericamente superior à rural; entre os que se enquadram nesse caso estão Argélia, Líbia e Tunísia.
A quase totalidade dos países africanos exibe características típicas do subdesenvolvimento: elevadas taxas de natalidade e de mortalidade, bem expectativa de vida muito baixa. Resulta desses fatores a preponderância de jovens na população, que, além de apresentarem menor produtividade, requisitam grandes investimentos em educação e nível de emprego.

[editar] Etnias


Mulher com tradicional vestimenta queniana.
A maior parte da população africana é constituída por diferentes povos negros, teoria que implica manifestações de preconceito racial em outros continentes como América e Europa, por exemplo, mas há expressiva quantidade de brancos, que vivem principalmente na porção setentrional do continente, ao norte do Deserto do Saara - por isso mesmo denoninada África Branca. São principalmente árabes, egípcios e bérberes, entre os quais se incluem os etíopes e os tuaregues; aparecem ainda, embora em menor quantidade, judeus e descendentes de europeus. Estes últimos estão presentes também, na África do Sul e são em sua maioria originários das Ilhas Britânicas e dos Países Baixos.
Ao sul do Saara temos a chamada África Negra, povoada por grande variedade de grupos negróides que se diferenciam entre si principalmente pelo aspecto físico, mas também por diferenças culturais, como as religiões que professam e a grande diversidade de línguas que falam. Os grupos mais importantes são:

Mulher khoisan de Botswana.
Além dos negros e dos brancos, encontramos na África os malgaxes, povo de origem malaia que habitou a ilha de Madagáscar, os indianos trazidos pelos colonizadores ingleses para a África Oriental, além de um pequeno número de imigrantes chineses.

[editar] Religiões


Mapa religioso da África.
Em correspondência com os diferentes ramos étnico-culturais, encontram-se na África três religiões principais: o islamismo, que se manifesta sobretudo na África Branca, mas é também professado por numerosos povos negros; o cristianismo, religião levada por missionários e professada em pontos esparsos do continente; e o animismo, seguido em toda a África Negra. Esta última corrente religiosa, na verdade, abrange grande número de seitas politeístas, que possuem em comum a crença na força e na influência dos elementos da natureza sobre o destino dos homens.

[editar] Línguas


Mapa linguístico da África.
Da mesma forma que as religiões, existem inúmeras línguas no continente: várias línguas de origem africana e os idiomas introduzidos pelos colonizadores, utilizados até hoje. Os principais são: árabe, inglês, francês, português, espanhol e africâner, língua oriunda do neerlandês, falada pelos descendentes de neerlandeses, alemães e franceses da África do Sul e da Namíbia.

[editar] Política

Apesar de se registrarem atualmente na África muitos conflitos de caráter político, como o da Costa do Marfim e o do Sudão, e muitas situações irregulares, como a de Angola, pode-se dizer que a maioria dos países do continente possuem governos democraticamente eleitos. As únicas exceções neste momento são a Somália, que não tem sequer um estado organizado e o Saara Ocidental, ocupado por Marrocos.
No entanto, é frequente que as eleições sejam consideradas como sujas por fraude, tanto internamente, como pela comunidade internacional. Por outro lado, ainda subsistem situações em que o presidente ou o partido governamental se encontram no poder há dezenas de anos, como são os casos da Líbia e do Zimbabwe.
Em geral, os governos Áfricanos são repúblicas presidencialistas, com exceção de três monarquias existentes no continente: Lesoto, Marrocos e Suazilândia. Cabo Verde adotou o regime parlamentarista.

[editar] Subdivisões

Abaixo indicam-se as principais regiões da África e os países que as compõem.

Divisão política da África (em francês).

Subdivisões da África para fins estatísticos usada pela ONU.[40]
██ Norte de África (físico-geograficamente, a Península de Sinai, no Egipto, pertence ao Médio Oriente, região da Ásia).

[editar] Estados não reconhecidos ou em disputa

[editar] Dependências

[editar] Outros territórios

Territórios ultramarinos ou insulares de países (ou territórios dependentes) de outros continentes, que fazem parte integrante desses mesmos países (ou territórios dependentes), não constituindo portanto dependências:

[editar] Outros agrupamentos de países africanos usadas frequentemente

[editar] Economia

A África é o continente mais pobre do mundo, onde estão quase dois terços dos portadores do vírus HIV do planeta, a continuidade dos conflitos armados, o avanço de epidemias e o agravamento da miséria põem em causa o seu desenvolvimento. Algumas nações alcançaram relativa estabilidade política, como é o caso da África do Sul, que possui sozinha um quinto do PIB de toda a África.
Distinguindo-se pelas elevadas taxas de natalidade e de mortalidade e pela baixa expectativa de vida e abrigando uma população jovem, a África caracteriza-se pelo subdesenvolvimento. Aparecendo ao mesmo tempo como causa e consequência desse panorama, os setores econômicos em que os países africanos apresentam algum destaque constituem herança do seu passado colonial: o extrativismo e a agricultura - setores em que são baixos os investimentos e o custo da mão-de-obra - cuja produção é destinada a abastecer o mercado externo.
A incipiente industrialização do continente, por sua vez, está restrita a alguns pontos do território. Iniciou-se tardiamente, após o processo de descolonização, motivo pelo qual as indústrias africanas levam grande desvantagem em relação ao setor industrial altamente desenvolvido de países do Primeiro Mundo, ou mesmo de Terceiro Mundo, mas industrializados, como o Brasil.

[editar] Extrativismo


Mapa da África mostrando a pesca e a aquacultura.
A África detém grandes reservas minerais, destacando-se o ouro e os diamantes da África do Sul, do Zaire e de Gana, que respondem pela maior parte da produção mundial. É igualmente rica em fontes energéticas como petróleo e gás natural, explorados principalmente na Nigéria, no Gabão, na Líbia, na Argélia e no Egito. O subsolo africano fornece também em abundância os seguintes minerais: antimônio (África do Sul), fosfatos (Marrocos, grande produtor mundial), manganês (Gabão e África do Sul), cobre (Zâmbia e Zaire), urânio (África do Sul e Gabão).
Apesar da diversidade de minerais encontrada em seu subsolo, a África revela-se um continente pobre, o que é explicado pelo fato de a exploração das riquezas minerais estar a cargo de companhias europeias ou norte-americanas. Estas, ao se instalarem, implantam na região uma infraestrutura - equipamentos, técnicas e meios de transporte - visando exclusivamente à extração e exportação das riquezas em estado bruto para os países industrializados, de modo que a maior parte dos lucros provenientes desse setor acaba se encaminhando para fora do continente.
A caça, a pesca e a coleta de produtos naturais ainda constituem importantes fontes de renda para a grande parcela da população africana. No extrativismo animal, figuram em primeiro plano o comércio de couro e de peles em Burkina Fasso, Botsuana e Djibuti, e o de marfim na África do Sul, Congo, Moçambique e Gabão. O extrativismo vegetal fornece como principais produtos: madeiras, resinas e especiarias, nos países cobertos parcialmente pela floresta equatorial; óleo de palmeira, no Benin e na Costa do Marfim; tâmaras, nos países desérticos.

[editar] Agropecuária

A agricultura do continente africano apresenta-se sob duas formas: a de subsistência e a comercial. A primeira é rudimentar, itinerante e extensiva - planta-se em grandes extensões de terra, que são cultivadas anos seguidos, até ocorrer o esgotamento do solo. Em seguida, busca-se outra área, em que se repete o mesmo processo. Trata-se de um sistema pouco produtivo, cujas colheitas abastecem, em geral, apenas os próprios agricultores. Como principais produtos de cultivo citam-se inhame, mandioca, milho, sorgo, batata e arroz.
A forma comercial de agricultura está representada pela plantation, sistema introduzido pelos europeus no, período colonial; baseia-se na monocultura de gêneros tropicais em grandes extensões de terra, com produção voltada para o mercado externo. Muitas vezes as propriedades encontram-se sob o comando de grandes empresas agroindustriais, que encaminham os artigos agrícolas para o processamento industrial. Enquadram-se nesse caso o algodão e a borracha, bem como o cacau, o café e o amendoim.
Devido às condições naturais pouco propícias à criação de gado bovino, a África tem na pecuária uma atividade econômica de limitado alcance, em geral praticada de forma nômade ou extensiva. O maior destaque é para a criação de carneiros na África do Sul e na Etiópia, além de pequenos rebanhos conduzidos por nômades nas regiões de estepes. Nos países situados ao norte do Saara, criam-se camelos e dromedários, animais de grande porte utilizados como meio de transporte. Nessa região, os rebanhos caprino e ovino também são significativos.

[editar] Indústria e transportes


Vista da Cidade do Cabo.
Todos os países do continente, exceto a África do Sul, fazem parte do Terceiro Mundo e, como não poderia deixar de ser, exibem os mesmos problemas que caracterizam os integrantes desse bloco, agravados ainda pelo fato de que em boa parte da África a descolonização ocorreu recentemente.
Assim, toda a sua estrutura econômica é extremamente frágil e dependente, fato que se torna mais evidente no setor industrial: a escassez de capitais, a falta de mão de obra técnica especializada e a insuficiência dos meios de transporte, aliados ao baixo poder aquisitivo da população, compõem um quadro nada propício ao desenvolvimento. Mesmo a grande variedade de matérias-primas, sobretudo minerais, que poderia ser utilizada para promover a indústria africana, é destinada basicamente ao mercado externo.

Mapa de transportes da África.
Atuando nesse panorama, as modestas indústrias africanas dedicam-se, em geral, ao beneficiamento de matérias-primas, como madeiras, óleos comestíveis, açúcar e algodão, ou ao beneficiamento de minérios para exportação.
Atraídas pelo baixo preço da mão-de-obra, da energia elétrica e das matérias-primas, muitas indústrias de origem europeia e norte-americana instalaram-se no continente, onde produzem a custo reduzidos artigos cuja exportação lhes possibilita altas margens de lucro.
As indústrias têxteis e alimentares, voltadas para o mercado interno, encontram-se em todos os países do continente, enquanto na África do Sul, no Egito e na República Democrática do Congo estão instaladas as principais indústrias de base (siderúrgicas, metalúrgicas, usinas hidrelétricas etc.). Essa circunstância justifica o fato de a África do Sul e o Egito serem os países mais industrializados do continente.
O sistema de transportes, bastante precário, constitui um entrave ao desenvolvimento industrial. Implantado pelos colonizadores, tinha como principal finalidade possibilitar o escoamento de matérias-primas e gêneros agrícolas para os portos marítimos, de onde os produtos seguiam para as metrópoles. Por isso, hoje a África ressente-se da falta de uma rede rodoviária e ferroviária que interligue eficazmente suas regiões.

[editar] Cultura

A cultura da África reflete a sua antiga história e é tão diversificada como foi o seu ambiente natural ao longo dos milénios. A África é o território terrestre habitado há mais tempo, e supõe-se que foi neste continente que a espécie humana surgiu; os mais antigos fósseis de hominídeos encontrados na África (Tanzânia e Quênia) têm cerca de cinco milhões de anos. O Egito foi provavelmente o primeiro Estado a constituir-se na África, há cerca de 5000 anos, mas muitos outros reinos ou cidades-estados se foram sucedendo neste continente, ao longo dos séculos (por exemplo, Axum, o Grande Zimbabwe). Para além disso, a África foi, desde a antiguidade, procurada por povos doutros continentes, que buscavam as suas riquezas.
O continente africano cobre uma área de cerca de 30 milhões de quilômetros quadrados, um quinto da área terrestre da Terra, e possui mais de 50 países. Suas características geográficas são diversas e variam de tropical úmido ou floresta tropical, com chuvas de 250 a 380 centímetros a desertos. O monte Kilimanjaro (5895 metros de altitude) permanece coberto de neve durante todo o ano enquanto o Saara é o maior e mais quente deserto da Terra. A África possui uma vegetação diversa, variando de savana, arbustos de deserto e uma variedade de vegetação crescente nas montanhas bem como nas florestas tropicais e tropófilas.
Como a natureza, os atuais 800 milhões de habitantes da África evoluíram um ambiente cultural cheio de contrastes e que possui várias dimensões. As pessoas através do continente possuem diferenças marcantes sob qualquer comparação: falam um vasto número de diferentes línguas, praticam diferentes religiões, vivem em uma variedade de tipos de habitações e se envolvem em um amplo leque de atividades econômicas.

[editar] Tribos e grupos étnicos

A África é o lar de inumeráveis tribos, grupos étnicos e sociais, algumas representam populações muito grandes consistindo de milhões de pessoas, outras são grupos menores de poucos milhares. Alguns países possuem mais de 20 diferentes grupos étnicos. Todas estas tribos e grupos possuem culturas que são diferentes, mas representam o mosaico da diversidade cultural africana.
Estas tribos e grupos étnico/social incluem os Afar, Éwés, Amhara, Árabes, Ashantis, Bacongos, Bambaras, Bembas, Berberes, Bobo, Bubis, Bosquímanos, Chewas, Dogons, Fangs, Fons, Fulas, Hútus, Ibos, Iorubás, Kykuyus, Masais, Mandingos, Pigmeus, Samburus, Senufos, Tuaregues, Tútsis, Wolof e Zulus.

[editar] Problemas atuais

[editar] Fome


Crianças somalis esperando pela ajuda americana da Operação Good Relief em 1992.
Várias regiões de África são assoladas com frequência por crises de falta de alimentos, principalmente nas zonas rurais. Destacam-se as zonas subáridas do Sahel, desde a Mauritânia até ao Corno de África, e as que se encontram à volta do Deserto do Kalahari. Nestas áreas sucedem-se anos de seca, por vezes alternando com inundações que também destroem culturas, para além de obrigarem as populações a deslocar-se das suas zonas habituais.
Para além do fator climático, que alguns cientistas afirmam estar a agravar-se com o aquecimento global, existem ainda causas culturais, que se podem associar à colonização do continente pelas potências europeias no final do século XIX. Por um lado, a urbanização associada ao abandono das zonas rurais, onde não se promoveu o desenvolvimento económico e social, diminuiu a capacidade de produção agrícola, que era fundamentalmente de subsistência; por outro lado, os governos coloniais introduziram no campo a obrigatoriedade das culturas de produtos para exportação, que contribuíram, não só para a diminuição das áreas e da capacidade de cultivo de produtos alimentares, mas também para o empobrecimento dos solos.
Durante os últimos 30 anos do século XX, a seguir à descolonização da África, poucos governos souberam reverter a economia extrativista, que era sua a principal fonte de rendimento, além de incentivada pelos países ocidentais e pelo bloco socialista durante a guerra fria, que necessitavam desses produtos para o seu desenvolvimento. A fraca capacidade de investimento em infraestrutura, apenas parcialmente sanada nos primeiros anos do século XXI pela mudança de políticas das instituições financeiras internacionais, eternizou a falta de condições em termos de saúde e educação, mantendo assim as populações sem capacidade para produzir o suficiente para alimentar todo o país.
Por outro lado, com a agricultura extensiva, matas são derrubadas e em seus limites o deserto avança. A necessidade de produzir para exportação impede que se pratique o sistema de descanso da terra, que se esgota rapidamente e nem mesmo o uso de fertilizantes consegue recuperar. A pecuária intensiva e o nomadismo, tradicionalmente praticadas no continente, também causam danos às paisagens africanas, pois os rebanhos acabam com as já reduzidas pastagens, sendo atingidos pela fome, da mesma forma que a população.
Finalmente, os conflitos armados que assolam o continente são outro fator de empobrecimento, resultando em milhões de deslocados e refugiados sem capacidade produtiva; nas regiões em guerra, são as agências internacionais e as organizações não-governamentais que tentam assegurar as condições mínimas de saúde e alimentação, ao invés de se fazer um verdadeiro esforço para sanar as causas dos conflitos que, muitas vezes, estão associados à injustiça na propriedade dos recursos naturais e na distribuição da riqueza proveniente da sua exploração.

[editar] Colonização europeia e guerras


Mapa de África Colonial em 1913.
██ Bélgica
██ França
██ Alemanha
██ Itália
██ Portugal
██ Espanha
██ Estados independentes (Libéria e Etiópia)
A atual divisão política da África somente se configurou nas décadas de 60 e 70. Durante séculos, o continente foi explorado pelas potências europeias - Reino Unido, França, Portugal, Espanha, Bélgica, Itália e Alemanha -, que o dividiram em zonas de influência adequadas aos seus interesses. Ao conseguirem a independência, os países africanos tiveram de se moldar às fronteiras definidas pelos colonizadores. Estas, por um lado, separavam de modo artificial grupos humanos pertencentes às mesmas tribos, falantes dos mesmos dialetos e praticantes dos mesmos costumes e submetia-os, por outro lado, à influência de valores europeus.
Em muitos desses novos países, após a independência, houve inevitáveis revoltas separatistas e golpes de Estado que terminaram por instaurar ditaduras. Seguindo diretrizes capitalistas ou socialistas, os governos assim constituídos distinguiam-se sempre pela perseguição política, que chegava a culminar em torturas e massacres dos opositores.
Em grande parte dos casos, a independência política não foi total, pois geralmente os novos países mantiveram laços econômicos com as ex-metrópoles e, durante a Guerra Fria, alguns ligaram-se às grandes potências (Estados Unidos e extinta União Soviética) em busca de assistência militar e econômica.
De tudo isso resulta a existência de muitos focos de conflito no continente. Em alguns casos trata-se de lutas de caráter político: grupos que pretendem conquistar o poder se confrontam com os que detêm o domínio da região. Em outros, o motivo principal é o separatismo, originado pela artificialidade das fronteiras coloniais herdadas.

[editar] Problemas históricos

[editar] Racismo


Placa na praia em Durban. "Pelas leis do artigo 37, essa área é reservada para o uso exclusivo da raça branca." (1989).
Em nenhuma outra parte do mundo a questão racial assumiu questões tão graves como na África do Sul. Embora os negros, mestiços e indianos constituam 86% da população, eram os brancos que detinham todo o poder político, e somente eles gozavam de direitos civis.
A origem desse sistema, denominado apartheid, data de 1911, quando os africânderes (descendentes de agricultores holandeses que emigraram para a África do Sul) e os britânicos estabeleceram uma série de leis para consolidar seu domínio sobre os negros. Em 1948, a política de segregação racial foi oficializada, criando direitos e zonas residenciais para brancos, negros, asiáticos e mestiços.
Na década de 1950, foi fundado o Congresso Nacional Africano (CNA), entidade negra contrária à segregação racial na África do Sul. Em 1960, o CNA foi declarado ilegal e seu líder Nelson Mandela, condenado à prisão perpétua. De 1958 a 1976, a política do apartheid se fortaleceu com a criação dos bantustões, apesar dos protestos da maioria negra.
Diante de tal situação, cresceram o descontentamento e a revolta na maioria subjugada pelos brancos; os choques tornaram-se frequentes e violentos; e as manifestações de protesto eram decorrência natural desse quadro injusto. A comunidade internacional usou algumas formas de pressão contra o governo sul-africano, especialmente no âmbito diplomático e econômico, no sentido de fazê-lo abolir a instituição do apartheid.

[editar] Ver também

Commons
O Commons possui multimídias sobre África

Referências

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  41. Parte do território do Egito (Península do Sinai), encontra-se na Ásia.

Notas

  1. Na época de Cartago, caravanas de garamantes transportavam através do deserto do Saara, para as cidades do litoral mediterrâneo, penas e ovos de avestruz, marfim e escravos recolhidos na África Central, ouro em pó do Sudão. Assim, durante séculos, o interior africano esteve em contato permanente com o litoral e sofreu, sem dúvida, o benfazejo influxo dos centros civilizados.
  2. O rei Massinissa ficou famoso por sua frase "a África para os africanos."
  3. Logo em seguida, em 25 aC, Juba foi transferido para o trono da Mauretania e a Numídia foi dividida novamente entre a Mauretania e a província de África Nova. Sob Sétimo Severo (193 d.C), a Numídia foi separada da África Vetus e governada por um procurador imperial.
  4. Quando Juba faleceu em 23, seu filho Ptolomeu sucedeu-o, mas foi morto por Calígula em 40. Cláudio anexou a Mauritânia diretamente e fez dela uma província romana, em 44, sob o comando de um governador imperial.

[editar] Ligações externas


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