segunda-feira, 26 de outubro de 2015

África deve perder até metade dos leões nas próximas décadas

Paula Moura
Colaboração para o UOL

  • Tsvangirayi Mukwazhi/AP
    Leão chamado Tommy caminha pelo Parque Nacional Hwange, mesmo local onde o leão Cecil foi morto, no Zimbábue
    Leão chamado Tommy caminha pelo Parque Nacional Hwange, mesmo local onde o leão Cecil foi morto, no Zimbábue
Nas próximas duas décadas, a população de leões pode ser reduzida pela metade na África, segundo um estudo  divulgado nesta segunda-feira (26) na revista científica PNAS. A situação é pior na região centro-ocidental do continente, onde a probabilidade da redução é de 67% nos próximos 20 anos. Já no Leste da África, a probabilidade de queda para metade é de 37%.
O desaparecimento rápido dos leões em muitas partes do continente é relacionado a uma mudança ecológica que deixou esses animais fora do papel de principal predador, dizem os autores do estudo.
Em geral, os grandes carnívoros estão diminuindo no mundo todo, mas as tendências variam de acordo com a geografia e a gravidade das ameaças impostas pelos seres humanos. Os leões africanos exemplificam os desafios da conservação dos animais carnívoros: com uma grande perda de habitat, perderam-se as presas. Além disso, há uma matança indiscriminada desses animais para proteger humanos ou rebanhos ou pela falta de regulamentação da caça esportiva.
Desde 1990, pesquisadores liderados por Hans Bauer, da Universidade de Oxford, no Reino Unido, monitoraram 47 populações de leões no continente africano e avaliaram a taxa de crescimento de cada população, o que é considerado um trabalho raro, pois há muita dificuldade em confiar nos dados de muitos países e de pesquisas inconsistentes.
A queda populacional espelha, ao mesmo tempo, um padrão maior de perda de fauna nessas regiões, com a redução de muitas outras espécies grandes.
Já nos países ao Sul da África, como Botsuana, Namíbia, África do Sul e Zimbábue, onde os leões vivem em sua maioria em reservas fechadas, as populações estão aumentando. Isso sugere a importância de reservas bem gerenciadas e com bom financiamento para a sobrevivência dos animais. O sucesso do Sul se deu em parte devido à reintrodução de leões em reservas pequenas, cercadas.
Os pesquisadores sugerem que os leões devem ser colocados na categoria de espécie "criticamente ameaçada" no Oeste africano e "regionalmente ameaçada" no Leste da África.

sábado, 1 de agosto de 2015

Símbolo do continente e alvo de caça, leão africano vive em frágil equilíbrio

José Naranjo
Em Dacar (Senegal)
 
  • Paula French/AP
    Leão Cecil, simbolo do Zimbábue, morto por um dentista norte-americano Leão Cecil, simbolo do Zimbábue, morto por um dentista norte-americano
O felino é ao mesmo tempo um símbolo, um inimigo dos pastores e um filão que atrai turistas e caçadores
Na África, o leão representa a força, a nobreza, a autoridade. Não é só o símbolo da fauna selvagem do continente, mas diversos personagens públicos e entidades o usaram como emblema, desde a seleção de futebol do Senegal, os Leões de Teranga, até o presidente do Níger, Mahamadou Issoufou, que é conhecido como o Velho Leão. Em muitos países também representa uma importante fonte de renda, que vem tanto do turismo como da caça. É respeitado, admirado... e seu potencial, explorado.
Entretanto, para os que vivem perto do leão também é fonte de problemas. A pressão humana foi reduzindo seu território, e são cada vez mais frequentes os ataques de felinos ao gado, o que faz que caçadores locais se dediquem a abatê-los inclusive de maneira preventiva.
"Não podemos imaginar a África sem leões", afirma Xavier Surinyach, membro da ONG Serengueti Watch, "mas assistimos a uma perda incessante de seu hábitat com a ocupação progressiva do território por parte do homem, o que provoca constantes conflitos nos quais o animal sempre acaba perdendo". Se há um século o continente abrigava cerca de 200 mil exemplares distribuídos em um amplo território, atualmente estima-se que restem cerca de 30 mil, e sua presença só é significativa em sete países: Botsuana, Tanzânia, Quênia, África do Sul, Etiópia, Moçambique e Zimbábue.
Neste último país, o leão Cecil havia se transformado em um símbolo. Com 13 anos, era o maior exemplar da reserva de Hwange, líder de uma manada composta por três fêmeas e sete filhotes, além de fazer parte de um programa de pesquisa. Sua morte pelas mãos do caçador americano Walter Palmer gerou uma onda de repulsa e a abertura de um processo judicial no Zimbábue, mas grande parte do ruído vem do Ocidente. Para muitos países africanos, a caça representa enormes benefícios. O difícil é que essa atividade seja sustentável com a sobrevivência da espécie.
Na África é habitual caçar leões. Existem reservas para essa atividade e cotas anuais para a espécie. Por exemplo, na Tanzânia, o país que tem maior número de leões, é proibido abater fêmeas e machos com menos de 6 anos. As autoridades entendem a importância da espécie como estrela dos safáris turísticos, enquanto a caça gera US$ 25 milhões anuais que, segundo o Ministério de Recursos Naturais e de Turismo, são chaves para manter as numerosas reservas naturais do país.
O problema é que "muitas companhias de safári de caça e as que administram as reservas não respeitam essas cotas, deixando os clientes matarem tantos animais quanto puderem", acrescenta Surinyach, para quem o caso de Cecil é "100% caça furtiva" porque a reserva onde o animal emblemático se movimentava "tinha cota zero para leões". Além disso, há o problema de que esses limites de caça às vezes não respeitam critérios científicos, e se concedem mais autorizações do que as permitidas para proteger a espécie.
Apesar da progressiva redução de seu hábitat, o leão continua povoando as lendas e a tradição oral de diversos grupos étnicos africanos. Hoje já não restam na zona, mas em Guetala, um povoado situado no oeste do Mali, o caçador é uma das pessoas mais respeitadas porque há muitos anos conseguiu matar um leão, uma história que continua contando a seus filhos e netos. E um velho refrão bantu diz que "enquanto os leões não tiverem historiadores, as histórias de caça continuarão glorificando o caçador".
Pelo menos até o surgimento da Internet e das redes sociais, porque Cecil ganhou milhões de cronistas e não parece que Walter Palmer esteja vivendo exatamente um momento de glória.
Tradutor: Luiz Roberto Mendes Gonçalves 
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Leões voltam a Ruanda 15 anos após população ser exterminada7 fotos

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"Não há mais espaço para eles e estão sob pressão cada vez maior", disse o dr. Mike Toft, o veterinário que sedou as cinco leoas na segunda-feira na Reserva Privada de Animais de Phinda, na província KwaZulu-Natal da África do Sul Leia mais AP Photo/Themba Hadebe

Veja também

sábado, 6 de junho de 2015

Madagascar - A Ilha Misteriosa (Vídeo)

228.766
Publicado em 29 de jul de 2012
Madagascar é refúgio de plantas e animais que vieram da pré-história. Eles foram se adaptando às alterações do clima e do tempo, mas mudaram de maneira diferente. O chefe da expedição está em boas mãos. Ele e a botânica Lucille Allorge vão enfrentar os caminhos íngremes de Madagascar. A vegetação já é uma surpresa: como pode crescer apesar da pouca luz que vem do céu e da escassa umidade do solo?
E os bichos? Como são originais e parecem excitados com a visita! Lêmures, que são parentes dos macacos e, sobretudo, os camaleões, acharam na ilha um refúgio ideal.



CLIQUE E ACESSE:

https://www.youtube.com/watch?v=_z0ALmW1cKc

terça-feira, 26 de maio de 2015

Moçambique perdeu a metade de seus elefantes em cinco anos por caça ilegal

Último balanço apresenta uma queda dramática, de 48%, no número de elefantes

Publicado em 26/05/2015, às 09h50

Da AFP

WCS também estima que 95% dos elefantes foram dizimados na parte norte do Moçambique / Foto: DIPTENDU DUTTA / AFP

WCS também estima que 95% dos elefantes foram dizimados na parte norte do Moçambique

Foto: DIPTENDU DUTTA / AFP

O número de elefantes em Moçambique caiu à metade nos últimos cinco anos, devido à caça ilegal para a obtenção de marfim, segundo a ONG americana Wildlife Conservation Society (WCS).
"O último balanço apresenta uma queda dramática, de 48%, no número de elefantes nos últimos cinco anos, passando de 20.000 a 10.300 elefantes. Esta baixa se deve à caça desenfreada que afeta as mais importantes populações de elefantes", afirma a WCS em um comunicado enviado nesta terça-feira à AFP. O balanço contabilizado pela WCS foi feito com análises a partir de um avião, em uma mostra de 10% do território.
A WCS também estima que 95% dos elefantes foram dizimados na parte norte do Moçambique, na fronteira com a Tanzânia, onde a população de elefantes passou de 15.400 a 6.100. Organizações calculam que 30.000 elefantes são ilegalmente assassinados no continente africano todos os anos para alimentar o comércio de marfim, essencialmente destinado à China e a outros países da Ásia.

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2015

A beleza exótica de Madagascar

Por Redação iG Turismo | 25/09/2011 16:49
 

Você deve ter dado boas risadas com os bichinhos da animação “Madagascar”, mas provavelmente não se aprofundou no tema tanto assim

Frank Vassen / Flickr
Masoala National Park, em Madagascar

Madagascar, país africano que engloba a Ilha de Madagascar e algumas ilhotas vizinhas, fica na costa de Moçambique, e há muito tem sido casa para diversas espécies selvagens e únicas. Embora seja sempre simbolizado pelos imensos e incríveis baobás, este grande pedaço de terra (mais ou menos do tamanho da França) também reúne mais de 250 mil espécies, 70% das quais só existentes ali.

    A beleza exótica de Madagascar
    Ilhas Channel são joia dos Estados Unidos
    Vá ao Parque de Yellowstone
    Explore a Montanha dos Gorilas
    Ursos na costa da Colúmbia Britânica
    Ilhas Galápagos são show da natureza
    Visite o Parque Nacional de Kaziranga
    Desbrave a incrível Floresta Amazônica
    Encare jacarés e piranhas em Iranduba
    Procurando Nemo na Austrália
    TODOS: Melhores tours para ver vida selvagem

Além do lêmure – aquele “bichinho” que se tornou popular entre as crianças em função do programa infantil “Zoboomafoo” - o lugar também abriga centenas de coloridos sapos (muitos deles extremamente venenosos), lagartos, camaleões, pássaros, cobras e mamíferos como o fossa (Cryptoprocta ferox) - o maior mamífero daquele pedaço de terra.
É no Parque Nacional Masoala, no nordeste da ilha, que a vida selvagem pode ser realmente observada em toda sua vitalidade. A área de proteção ambiental pode ser explorada com a companhia de guias, que conduzem diferentes atividades: trekking, avistamento de baleias, passeios de barco e visita a centros de produção de essência de baunilha.


Frank Vassen / Flickr
Masoala National Park, Madagascar
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